Sessão destaca luta baiana pela independência



A independência da Bahia, comemorada em 2 de julho, foi celebrada em sessão especial em Plenário, nesta terça-feira (5). Os senadores da bancada baiana destacaram que a expulsão das tropas portuguesas do estado, em 1823, quase um ano depois do Grito da Independência, foi decisiva para consolidar a independência do país. Apesar disso, salientaram a necessidade de maior conhecimento da luta em território baiano por todos os brasileiros.

- O legado de 2 de julho constitui a própria cidadania dos baianos. Em sua luta, irmanados com todos os brasileiros, os baianos consolidaram a independência do Brasil, assegurando a nossa unidade nacional e integridade territorial - destacou a senadora Lídice da Mata (PSB-BA).

Ela propôs a sessão comemorativa, em pedido também subscrito pelos colegas da bancada estadual, os senadores João Durval (PDT) e Walter Pinheiro (PT). Além do governador do estado, Jacques Wagner, compareceram os ministros do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, e das Cidades, Mário Negromonte, que são baianos. Também participaram o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) José de Castro Meira, assim como deputados.

Divisão do país

Os portugueses abandonaram a Bahia em 2 de julho de 1823, quase um ano depois da Independência do Brasil. Como já temia a perda das regiões Sul e Sudeste, a Corte despachou quase dois anos antes cerca de 5 mil homens para Salvador, lideradas pelo brigadeiro Luis Inácio Madeira de Mello. A idéia era garantir que pelo menos o Norte e o Nordeste permanecessem sob o domínio de Portugal.

Vencidos na Batalha de Pirajá, atual subúrbio da capital, os portugueses ainda tentaram tomar a Ilha de Itaparica, mas foram outra vez derrotados. Ao final de três dias de luta, os portugueses perderam cerca de 500 homens e deixaram o estado em navios. Comandadas pelo general francês Labatut e o inglês Lord Crochane, as tropas nacionais incluíram índios e escravos, estes reivindicando liberdade e igualdade racial.

- O povo ganhou no 2 de julho, mas não levou no dia 3 de julho. Por isso, a cada festejo do 2 de julho, celebra a vitória, mas também reafirma suas reivindicações - acrescentou Lídice da Mata.

Ao encerrar a sessão, o presidente do Senado, José Sarney, destacou que sua geração guarda a memória do 2 de Julho sobretudo porque a jornada baiana foi imortalizada no poema Ode ao 2 de Julho, de Castro Alves. O senador João Durval destacou, entre outros fatos, a presença das mulheres na luta contra os portugueses. Citou a sóror Joana Angélica, morta a baioneta ao tentar impedir a entrada de soldados portugueses no convento da Lapa, e as heroínas de guerra Maria Quitéria e a negra Maria Felipa, que lutaram como voluntárias. Walter Pinheiro destacou que os baianos, que venceram a "tirania" na independência, não aceitam mais conviver com tiranos.

Festa popular

O 2 de Julho é celebrado pelos baianos em festejos com grande participação popular, especialmente na capital e cidades do Recôncavo, palco de batalhas contra as tropas portuguesas. Em Salvador, a data é comemorada com cortejo cívico, desfile de carros emblemáticos e queima de fogos.

O cortejo sai do bairro da Lapinha e vai até o Campo Grande. No trajeto, casas e ruas são enfeitadas com as cores da Bahia e do Brasil. O 2 de Julho serve também de teste de popularidade para os políticos que integram o desfile, especialmente em anos de eleição. A população aproveita a data para manifestar críticas políticas e sociais e apresentar suas demandas aos governos, como lembrado pelos senadores.

O Hino ao 2 de Julho foi entoada na abertura da sessão pela cantora Márcia Short, acompanhada ao violão pelo conterrâneo Clodoaldo Lima. A solenidade contou ainda com a presença de deputados da bancada baiana na Câmara e personalidades da vida cultural do estado, entre os quais os presidentes dos grupos Oladum, João Jorge, e do Ilê Aiê, Vovô.



05/07/2011

Agência Senado


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