Maciel alerta para devastação do cerrado e da caatinga



O senador Marco Maciel (DEM-PE) alertou nesta segunda-feira (23) para a devastação do cerrado brasileiro, cuja área está reduzida a 20% da cobertura original, e da caatinga localizada no semiárido nordestino. Maciel disse que aguarda o desbloqueio da pauta com a votação de duas medidas provisórias, para que seja votada a proposta de emenda à Constituição (PEC 51/03) de autoria do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) que reconhece como biomas nacionais o cerrado e a caatinga, que não foram incluídos na Constituição de 1988.

Maciel disse que o cerrado é o sistema ambiental brasileiro que mais sofre alteração com a ocupação humana, e já abriga 20 milhões de pessoas. Ele observou que essa população é majoritariamente urbana e enfrenta problemas como desemprego, falta de habitação e poluição, entre outros.

- A atividade garimpeira, por exemplo, intensa na região, contaminou os rios de mercúrio e contribuiu para seu assoreamento. Nos últimos 30 anos, a pecuária extensiva, as monoculturas e a abertura de estradas destruíram boa parte do cerrado, Hoje, menos de 2% está protegido em parques ou reservas - lamentou.

Maciel assinalou que o cerrado se estende por 25% do território nacional, englobando 12 estados. Ele disse que "manchas" de cerrado podem ser encontradas até na região de caatinga e, graças a isso, compartilha espécimes com a maioria dos biomas brasileiros (Floresta Amazônica, caatinga e Mata Atlântica).

- Contudo devido ao alto grau de endemismo, 45% de suas espécies são exclusivas de algumas regiões, e a ocupação desordenada e destrutiva de sua área, o cerrado é hoje o ecossistema brasileiro que mais sofre agressões por parte do desenvolvimento - frisou.

O senador também destacou o papel desempenhado pela Fundação Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), com sede em Petrolina, no extremo oeste do sertão pernambucano, às margens do Rio São Francisco. A Univasf foi criada em 2002 (Lei 10.473), pelo então presidente da República Fernando Henrique Cardoso, com o intuito de desenvolver a região e estudar a caatinga.



23/11/2009

Agência Senado


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