Magno Malta protesta contra texto que uniformiza ICMS por prejudicar Espírito Santo



Em discurso nesta quarta-feira (7), o senador Magno Malta (PR-ES) protestou contra a aprovação de proposição (PRS 72/11) que propõe a uniformização das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nas operações interestaduais com bens e mercadorias importados. De acordo com o parlamentar, o texto – do líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR) – prejudicará o Espírito Santo. Magno Malta afirmou que não adianta retirar uma fonte importante de recursos para estados como Espírito Santo, Santa Catarina e Goiás sem apresentar alternativas.

Magno Malta disse que seu colega de bancada, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que é o relator da matéria, tem vivido dificuldades ao buscar um debate amplo sobre a matéria. Isso porque o governo já teria fechado posição.

- O governo já decidiu, o governo já definiu, o governo quer. O governo não quer ouvir o Espírito Santo. O governo não quer ouvir Santa Catarina. Guido Mantega ouve e se faz de surdo quando atende e, muitas vezes, não devolve telefonema nem de governador, como é o caso do governador Renato Casagrande - reclamou.

Depois de apontar as perdas bilionárias que os capixabas terão com a aprovação da medida, Magno Malta obteve um compromisso de Romero Jucá e do líder do PT, Walter Pinheiro (PT-BA) de que haverá uma reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, provavelmente na próxima semana, para discutir eventuais formas de compensação ou um caminho alternativo para evitar as perdas.

Segundo Magno Malta, é preciso discutir o pacto federativo como um todo, incluindo a redistribuição dos fundos de Participação dos Estados (FPE) e Municípios (FPM), os royalties de petróleo do pré-sal. Para o senador, é preciso equacionar todas essas questões dentro de um grande pacote e levando em conta o interesse nacional, mas “sem desarrumar a federação nem deixar estados à míngua”.

Em sua avaliação, seria injusto acabar com o Fundo para o Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap) sem corrigir distorções no recebimento de outros recursos. Ele citou o estado do Maranhão, que recebe 14% dos recursos do FPE, e a Bahia, que tem 9%, enquanto o Espírito Santo recebe apenas 1,5%.

- Não é justo e nem honesto. Precisamos discutir o pacto federativo como um todo. Não fatiado – declarou.

Em aparte, o senador Romero Jucá afirmou ser imperativo dar fim, como prevê seu projeto, ao Fundo para Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap), criado pelo estado do Espírito Santo. A razão, explicou, é a necessidade de desestimular as importações e cuidar do mercado interno, que tem sofrido com a enxurrada de produtos importados, afetando a indústria brasileira. Mas a situação exige debates, reconheceu, e por isso, as bancadas dos estados afetados pelo PRS 72/2010 deverão conversar com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

- Mas uma coisa é discutir compensação, outra é efetivamente ter a consciência de que não dá para manter alguns dispositivos, até porque o que o Espírito Santo faz pode começar a ser feito por outros estados, e aí teremos todos os estados dando incentivos para a importação, acabando com empregos aqui e incentivando no exterior – disse Jucá.

Da Redação



07/03/2012

Agência Senado


Artigos Relacionados


Magno Malta protesta contra unificação do ICMS sobre importados

Ana Rita: reforma do ICMS não pode prejudicar Espírito Santo

Magno Malta cobra fim de pedágio em duplicaçao de BR no Espírito Santo

Magno Malta critica pedido de intervenção no Espírito Santo

Magno Malta quer nova rodovia no Espírito Santo

Magno Malta destaca falta de telefonia celular no Espírito Santo