Maguito defende ruptura do PMDB com o governo Fernando Henrique



A ruptura do PMDB com o governo Fernando Henrique Cardoso foi defendida pelo senador Maguito Vilela (PMDB-GO) em Plenário, nesta quinta-feira (dia 21). Maguito, que é presidente do partido, defendeu a saída do PMDB da base governista, afirmando que Fernando Henrique não atende aos anseios da população brasileira. Ele disse que as bases partidárias querem independência em relação ao governo e apontou para as possíveis candidaturas do senador Pedro Simon (PMDB-RS) e Itamar Franco (PMDB-MG) à Presidência da República.

Maguito respondeu aos ataques do governador do Ceará, Tasso Jereissati, que afirmara que o PMDB "suja a imagem do governo e deve sair da base". O senador por Goiás enumerou escândalos que teriam manchado o governo, todos relacionados a políticos do PSDB: as denúncias de favorecimento e grampo ilegal na privatização das teles, a compra de votos de deputados para aprovar a reeleição de Fernando Henrique e o Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional) - que liberou R$ 7 bilhões para bancos privados. Maguito mencionou também a liberação de recursos para barrar a CPI da Corrupção, o socorro aos bancos Marka, de Salvatore Cacciola, e FonteCindam, o desvio de verbas destinadas à construção do fórum do Tribunal Regional do Trabalho em São Paulo e a participação do líder do governo, ex-senador José Roberto Arruda, então do PSDB, no episódio de violação do painel eletrônico na votação que cassou o mandato de Luiz Estevão.

O senador disse que o PMDB não tem sido ouvido pelo governo de Fernando Henrique e que os ministros do partido têm lutado em vão para implementar seus projetos. Ele citou o exemplo do Ministério dos Transportes, ocupado por Eliseu Padilha, que não estaria investindo adequadamente no setor em decorrência dos vetos da equipe econômica.

- As estradas brasileiras estão destruídas e em quase sete anos de governo não houve investimentos em outras alternativas que não a rodoviária. Fato que se repete em outros setores, como o energético - disse, salientando que o PMDB deu sua contribuição ao governo e que não pretende fazer uma oposição radical.

Quanto ao presidente do Senado, Jader Barbalho, Maguito reafirmou a solidariedade política do PMDB diante dos "ataques sem trégua por outros partidos e pela imprensa". Maguito ressaltou que Jader não tem dificultado as investigações das denúncias de corrupção e que até agora não houve nenhuma prova inconteste contra o presidente do Senado.

Jucá Em resposta a Maguito Vilela, o atual líder do governo, senador Romero Jucá (PSDB-RR), afirmou que o ex-senador José Roberto Arruda não participou da violação do painel eletrônico do Senado "como lider do governo, mas como senador por Brasília". Jucá disse que, se existem acusações indevidas contra o PMDB, isto não deve servir de pretexto para que o mesmo seja feito contra o PSDB. Ele minimizou os ataques de Tasso Jereissati, que a seu ver seriam decorrentes de disputas locais. Para Jucá, Maguito também teria motivações regionais para romper com o governo. O senador por Roraima defendeu a permanência do PMDB na base governista.

21/06/2001

Agência Senado


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