MAGUITO REBATE ACUSAÇÕES E AFIRMA NÃO TER NADA A TEMER
O senador Maguito Vilela (PMDB-GO) rebateu nesta quinta-feira (dia 11) as denúncias de desvio de dinheiro da extinta Caixa Econômica do Estado de Goiás (Caixego) envolvendo o seu partido. Da tribuna do plenário, o senador negou ter qualquer participação no processo de negociação de direitos trabalhistas dos ex-servidores da Caixego, de onde, segundo denúncias feitas pelo Ministério Público Federal (MPF), teriam saído recursos para a campanha do PMDB no ano passado.- Não tenho nada a temer e nem a esconder. Mesmo com a falta de indícios que me envolvam, se o Supremo Tribunal Federal entender ser necessário abrir investigação sobre a minha participação no episódio, estarei pronto a colaborar. Eu tenho o maior interesse de que esse caso seja apurado a fundo e esclarecido à sociedade brasileira - disse Maguito.Ao mesmo tempo, o senador se mostrou indignado com o que chamou de "pré-julgamentos e ações arbitrárias" do Ministério Público. Segundo ele, não foi dado qualquer direito de defesa ao suplente de senador Otoniel Machado (PMDB-GO). Maguito, governador de Goiás entre 1994 e 1998, também denunciou o fato de que o procurador que cuida do caso, Hélio Têlho, é antigo desafeto do senador Iris Rezende.- A parcialidade ficou clara na condução do caso. Antes de ser ouvido, o senador Otoniel já foi julgado e condenado. Esse tipo de ação temos que repudiar em nome da lei, da ordem e da democracia. Não podemos permitir que ações claramente motivadas por diferenças pessoais e políticas se sobreponham ao direito - declarou o senador por Goiás.Na avaliação de Maguito, os recentes episódios assistidos em Goiás tratam-se de uma "ação raivosa e hipócrita de um governo movido pelo ódio e que tenta manchar a imagem política do PMDB". A prisão de Otoniel, continuou, foi uma tentativa de prejudicar não apenas a sua imagem como a de Iris Rezende.DESAFIOO ex-governador aproveitou seu pronunciamento para listar processos existentes contra o atual governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, no Ministério Público. Segundo ele, trata-se de um governo inoperante, que atrasa os salários dos servidores e esconde "sua incompetência com denúncias mentirosas e levianas".Maguito citou as denúncias contra Perillo de que este teria recebido propina em troca de liberação de recursos federais para a construção de uma escola no município de Itapaci. O senador disse que um irmão do governador teria adquirido uma fazenda no valor de R$ 1 milhão, apesar de receber salário de R$ 800 mensais.- Além de não explicar como seu irmão conseguiu comprar tal bem com o salário que recebe, o governador tenta agora vender a propriedade ao Incra com valor superfaturado - atacou Maguito.A compra de votos de deputados estaduais pelo governador na eleição da mesa diretora da Assembléia de Goiás, denunciada por uma rádio de Goiânia, também foi mencionada pelo senador. Segundo ele, Perillo tenta barrar a qualquer custo uma CPI para apurar o assunto.O senador ainda fez um desafio público ao governador:- Eu abro mão de meu sigilo bancário, assim como de toda a minha família. Abro mão de minha imunidade parlamentar desde que ele faça o mesmo. Se encontrarem um centavo que eu ou minha família tenhamos ganho desonestamente, renuncio ao meu mandato. Desde que ele se comprometa a fazer o mesmo se ficar provado que dinheiro de corrupção foi parar em suas mãos - declarou Maguito, que estendeu o desafio ao prefeito de Goiânia, Nion Albernaz, contra quem também existiriam processos no Ministério Público de Goiás.Ao final de seu discurso, o senador anunciou que irá questionar o por quê de os processos contra o prefeito e o governador estarem paralisados. Segundo ele, desde que Perillo assumiu o governo, as acusações contra membros do PMDB andam "a passos largos, conduzidas da forma mais arbitrária possível".- Eu gostaria de fazer um alerta para que o Ministério Público trabalhe com a imparcialidade com que deve agir. Exijo transparência e isenção nas investigações. Não podemos permitir que pessoas de bem, num momento de inteira liberdade democrática, possam ser vítimas de arbitrariedades só vistas nos tempos da ditadura - conclamou.
11/03/1999
Agência Senado
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