Maior parte da produção de energia no Brasil é sustentável



A economia do Brasil deverá crescer, em média, 4,5% ao ano nesta década. Em 2017, o consumo per capita voltará ao nível mais alto da história, registrado em 2001. Para dar conta da nova demanda, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) prevê que a capacidade instalada de energia vai passar de 110 mil para 170 mil megawatts (MW) neste período, um aumento de 54%. Isso vai ser possível graças a novos investimentos na matriz energética.

 Matriz energética é a soma de todas as fontes que geram calor e energia em um País. No caso do Brasil, ela tem origem predominantemente renovável: a geração de origem hidráulica responde por quase 71% da oferta. O fato de ser uma matriz limpa e renovável é de grande vantagem estratégica. Garante uma grande estabilidade no fornecimento de energia.

 Ainda segundo as previsões da EPE, até 2020 serão contratados investimentos em energia elétrica da ordem de R$ 100 bilhões. Deste total, 55% serão destinados às usinas hidrelétricas, cuja produção vai crescer de 82,9 mil para 115,1 mil MW.

 A expansão da rede hidrelétrica vai se dar, principalmente, com as novas usinas instaladas na Amazônia, uma região de potencial tão grande quanto o volume de seus rios. Com a construção de novas usinas, em especial Jirau, Santo Antônio e Belo Monte, a economia do País vai garantir o aumento da capacidade instalada, dando prioridade às fontes renováveis.

 As duas primeiras fazem parte do Complexo do Rio Madeira, nos arredores de Porto Velho, capital de Rondônia. Quando entrar em atividade, Jirau terá capacidade instalada de 3.750 MW – e Santo Antônio será responsável por outros 3.150 MW.

 Já Belo Monte deverá ter potência instalada de 11.233 MW, o que fará dela a terceira maior hidrelétrica do mundo e a segunda maior do Brasil (ou a primeira totalmente nacional, já que Itaipu é gerenciada em conjunto com o governo do Paraguai). A usina tem inauguração prevista para 2015 e terá capacidade para abastecer uma região de 26 milhões de moradores com perfil de consumo elevado.

Tema estratégico

A energia é um tema estratégico da comunidade internacional, desde metade do século passado, dentro do conceito de desenvolvimento sustentável e de um uso mais eficiente dos recursos naturais e considerações da preservação do meio ambiente. Poucas questões são mais estratégicas do que o tema da energia. Na verdade, o assunto acirrou-se no século passado devido ao surgimento de novos atores e uma competição mais acentuada pelos recursos. Atualmente, há não só uma pluralidade de atores, como também uma pluralidade de geopolíticas a considerar quando se analisa a competição econômica e tecnológica em andamento.

Dentre todas as formas de energia, a eletricidade é a que melhor se adequa à vida moderna. De fato, a energia elétrica é a fonte mais nobre, considerando os aspectos técnicos, econômicos e socioambientais, e a que mais contribui, de maneira significativa, para o desenvolvimento e o bem-estar da sociedade.

De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), cerca de 1,3 bilhão de pessoas ainda não tem acesso à eletricidade, o que pressupõe uma expansão preponderante desta fonte energética para as próximas décadas. De fato, alguns estudos indicam que a demanda de eletricidade nas próximas décadas poderá crescer a taxas superiores a 2% ao ano, com uma taxa de cerca de 1% para a demanda total de energia; a economia mundial poderia apresentar um crescimento próximo a 3%, em função das perspectivas para os países em desenvolvimento, incluindo aqueles menos desenvolvidos da África.

Fontes:

Plano Decenal de Expansão de Energia
Estudos Econômicos e Energéticos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE)
Ministério de Minas e Energia
Instituto Nacional de Eficiência Energética



03/09/2013 16:01


Artigos Relacionados


Seminário debate produção de energia elétrica sustentável no Brasil

Seminário discute produção sustentável de energia elétrica no Brasil

Energia sustentável, produção e consumo consciente são temas prioritários na Rio+20

Fontes hidráulicas geram a maior parte da energia elétrica

Maior parte da cocaína que entra no Brasil vem da Bolívia, diz diretor da PF

Brasil firma parceria internacional para estimular produção sustentável de café