Mais de 2 mil pessoas foram libertadas da escravidão em 2012



O ano de 2012 foi encerrado pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com a libertação de 2.094 trabalhadores de condições equivalentes à escravidão. Os resgates ocorreram em 134 estabelecimentos - entre fazendas, carvoarias, canteiros de obra, oficinas de costura e outros - conforme levantamento feito com base em informações sobre operações de resgate.

Apesar da dificuldade de identificar com precisão as atividades de todos os estabelecimentos flagrados, a partir dos registros na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (Cnae), que é o instrumento de padronização de códigos de atividades econômicas utilizado pelos diversos órgãos de administração tributária do País, é possível estimar que o padrão detectado nos anos anteriores se manteve em 2012: a pecuária apresentou, de longe, o maior número de resgates de trabalhadores escravos, seguida por atividades ligadas ao plantio e extração de madeira e pelo carvão.

Foram registradas 56 libertações em fazendas de criação – ou com registro de criação – de gado, 21 em empreendimentos de plantio (ou com registro) de eucalipto, pinus e exploração de madeira, e 16 em carvoarias.

Outro setor que teve número significativo de casos de trabalho escravo foi a sojicultura, que é a cultura de soja. Ao mesmo tempo em que a área de soja plantada em terras recém-desmatadas na Amazônia saltou de 11,69 mil para 18,41 mil hectares na safra 2011/2012, - um aumento de 57% - de acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, em 2012 o Grupo Móvel resgatou 144 trabalhadores em 10 fazendas de soja ou com registro de produção do grão.

Trabalho Escravo

O Brasil investe em diversas ações para combater o trabalho escravo. A atuação começa com a apuração de denúncias, passa pela fiscalização e punição dos exploradores e garante assistência aos trabalhadores submetidos a condições irregulares de trabalho.

As denúncias que chegam ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) são apuradas e, se há suspeita de exploração, o Grupo de Fiscalização Móvel é acionado para uma inspeção, feita por auditores do trabalho, policiais federais ou rodoviários e procuradores do trabalho. As suspeitas de irregularidades também podem ser comunicadas à Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), da Secretaria de Direitos Humanos.