Mais de 50 mulheres já receberam o Diploma Bertha Lutz



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O Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz chega, em 2013, à sua 12ª edição. Desde 2002 já foram premiadas mais de 50 mulheres com destacada atuação na sociedade, entre as quais a presidente Dilma Rousseff;  a ex-primeira-dama Ruth Cardoso; a médica Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança; e a farmacêutica Maria da Penha, inspiradora da lei que trata da violência doméstica. Neste ano, a comenda será entregue em sessão solene do Congresso Nacional marcada para as 11h desta quarta-feira (6), no Plenário do Senado.

O prêmio foi instituído pela Resolução do Senado Federal 2/2001 com o intuito de homenagear mulheres que “tenham oferecido contribuição relevante à defesa dos direitos da mulher e questões do gênero”. A cerimônia de premiação ocorre sempre em março, como parte das comemorações do Dia Internacional da Mulher, mas as indicações costumam ser feitas no final do ano anterior, e julgadas por uma comissão instituída com esse objetivo.

O diploma leva o nome de uma das pioneiras na defesa dos direitos da mulher no Brasil. Nascida em 1894 e defensora do voto feminino, Bertha Lutz foi deputada federal, quando lutou pelos direitos trabalhistas da mulher e do menor. Bióloga de profissão, formada pela Sorbonne, trabalhou como pesquisadora do Museu Nacional por mais de 40 anos. Faleceu em 1976.

Veja quais foram todas as ganhadoras do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz, com informações referentes à época em que foram indicadas. A relação inclui as vencedoras de 2013.

Maria Berenice Dias – desembargadora gaúcha que se destacou na luta contra a violência doméstica.

Maria Isabel Lopes – pedagoga cearense com atuação em projetos voltados para as famílias e as crianças.

Luiza Erundina – paraibana de nascimento, foi prefeita de São Paulo e atualmente é deputada federal.

Heleieth Iara Bongiovani Saffioti – professora e pesquisadora das questões de gênero, nascida no estado de São Paulo.

Herilda Balduíno de Souza – advogada mineira com atuação voltada à defesa das mulheres, menores de rua e trabalhadores rurais.

Raimunda Gomes da Silva – maranhense, quebradeira de coco babaçu no Tocantins e líder de 400 mil trabalhadoras rurais extrativistas.

Nazaré Gadelha – advogada coordenadora do Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Diocese (CDDHD) do Acre.

Emilia Fernandes – ex-senadora e então secretária nacional dos Direitos da Mulher.

Nair Jane de Castro Lima – empregada doméstica no Rio de Janeiro, com atuação no movimento sindical e na defesa dos direitos femininos.

Sueli Carneiro – nascida em São Paulo e moradora do Distrito federal, com atuação na defesa dos direitos das mulheres e dos negros.

Maria Aparecida Schumaher - foi uma das fundadoras do SOS Mulher/SP. Participou da criação das primeiras delegacias da mulher em São Paulo e do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher.

Maria Gleyde Martins Costa – ativista dos direitos das mulheres em Roraima.

Mônica Barroso – defensora pública em Fortaleza.

Eva Sopher - presidente da Fundação Teatro São Pedro.

Zuleika Alambert – feminista e escritora carioca.

Zilda Arns - catarinense fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança.

Maria da Penha Maia Fernandes – cearense dedicada à luta contra a violência doméstica, que inspirou a Lei Maria da Penha.

Clara Charf – alagoana, escritora, feminista e viúva de Carlos Marighella.

Palmerinda Donato – escritora e jornalista fluminense.

Rozeli da Silva – gaúcha, gari, idealizadora do Centro Infantil Renascer da Esperança de apoio a crianças carentes.

Elizabeth Altino Teixeira – participou das Ligas Camponesas em Sapé, na Paraíba, e sobreviveu às perseguições políticas e à clandestinidade.

Geraldina Pereira de Oliveira – trabalhadora rural de Rio Maria, no Pará, tornou-se símbolo da resistência e da luta camponesa pela reforma agrária e pelo fim da violência e da impunidade.

Rosmary Corrêa – deputada estadual em São Paulo, criou, em 1985, a primeira Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher, sendo designada para o cargo de delegada.

Jupyra Barbosa Ghedini – educadora nascida em Penápolis (SP).

Raimunda Putani – índia acreana, primeira mulher pajé na cultura Yawanawa.

Ivana Farina Navarrete Pena – Promotora de justiça em Goiânia, com atuação na defesa dos direitos humanos.

Maria Yvone Loureiro Ribeiro – moradora de Maceió, foi perseguida pela ditadura militar e ajudou a abrigar foragidos e ativistas políticos.

Moema Libera Viezzer – moradora de Toledo (PR), considerada uma das figuras mais importantes do país na área de educação para novas relações de gênero e proteção ao meio ambiente.

Sueli Batista dos Santos – moradora de Cuiabá, é jornalista e fundadora do primeiro jornal feminino do estado, o Rosa Choque, além de fundadora da Associação de Mulheres de Negócio e Profissionais de Cuiabá (BPW Brasil).

Beatriz Moreira Costa – moradora do Rio de Janeiro conhecida como Mãe Beata de Iemanjá, com atuação em trabalhos relacionados à educação, saúde, ao combate ao sexismo e ao racismo.

Rose Marie Muraro – escritora e feminista carioca.

Jandira Feghali – curitibana com mandatos de deputada estadual e federal pelo Rio de Janeiro e atuação na defesa dos direitos da mulher.

Alice Editha Klausz – gaúcha, uma das primeiras comissárias de bordo do país, ajudou na formação de milhares de aeromoças e depois de se aposentar passou a atuar, como comissária voluntária, nos voos da Força Aérea Brasileira para a Antártida.

Maria dos Prazeres Souza - recebeu o prêmio pelo trabalho como presidente da Associação das Parteiras de Jaboatão dos Guararapes (PE), posto que atingiu depois de ter realizado mais de cinco mil partos sem nenhum óbito.

Mayana Zatz – israelense radicada no Brasil desde 1955, é professora e pesquisadora renomada de genética humana.

Sônia Maria Amaral Fernandes Ribeiro – juíza maranhense premiada em reconhecimento ao trabalho pelo fim da violência contra as mulheres.

Lily Marinho – alemã radicada no Brasil desde 1939, viúva de Horácio de Carvalho Filho e de Roberto Marinho, foi embaixadora da Boa Vontade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Elisa Lucinda Campos Gomes – poeta capixaba que escreve sobre as condições femininas na vida cotidiana.

Cléa Anna Maria Carpi da Rocha – advogada gaúcha dedicada à luta pelos direitos humanos.

Neide Viana Castanha – nascida em Januária (MG), atuou na organização das prostitutas e meninos de rua na cidade de São Paulo.

Ruth Cardoso – paulista, ex-primeira dama, esposa de Fernando Henrique Cardoso, criou o Conselho da Comunidade Solidária, programa que visava à alfabetização, capacitação e produção de artesanato solidário, entre outros objetivos.

Leci Brandão – cantora e compositora carioca,  com atuação na defesa dos direitos das mulheres e dos negros.

Maria Augusta Tibiriçá Miranda – médica psiquiatra paulistana atuante em movimentos políticos e sociais.

Cleuza Pereira do Nascimento - então prefeita de Salgueiro (PE) pela terceira vez, já havia sido premiada por seus trabalhos pela Fundação Abrinq, pelo Sebrae e pela Editora Abril.

Andréa Maciel Pachá – juíza fluminense com trabalhos no combate à violência doméstica e à proteção da criança.

Clara Perelberg Steinberg - engenheira civil carioca, criou em 1977 o Instituto Rogério Steinberg, que oferece lazer e cursos para crianças e jovens sem recursos financeiros.

Fani Lerner – paranaense, ex-secretária da Criança no governo municipal de Curitiba e no governo estadual do Paraná. Trabalhou para a transformação e modernização de creches e desenvolveu programas de inserção da mulher no mercado de trabalho.

Maria Liége Santos - militante feminista baiana.

Chloris Casagrande – escritora e pedagoga paranaense e ex-membro do Conselho de Educação do Estado do Paraná.

Maria José da Silva - piauiense dedicada a incentivar as cooperativas formadas por mulheres catadoras de materiais recicláveis.

Maria Ruth Barreto - psicopedagoga cearense, foi a primeira presa política do estado quando da instalação do regime militar.

Carmen Helena Foro – sindicalista paraense.

Dilma Vana Rousseff – nascida em Belo Horizonte, é a primeira brasileira a exercer o cargo de presidente da República, eleita em 2010.

Rosali Scalabrin - nasceu no Rio Grande do Sul e migrou para a região amazônica aos 10 anos de idade, onde ajudou a organizar os sindicatos de trabalhadores rurais.

Ana Alice Costa – professora nascida em Caravelas (BA), é dedicada aos estudos da condição feminina na sociedade.

Eunice Michiles Malty - nasceu em São Paulo e foi a primeira senadora do período republicano, representando o estado do Amazonas, entre 1979 e 1987.

Maria Prestes – viúva de Luiz Carlos Prestes, viveu na clandestinidade, apoiou greves, organizou protestos, panfletagens e comícios, divulgou livros e jornais.

Adélia Moreira Pessoa – advogada nascida em São Gonçalo (MG), atuou na área de direito de família e trabalhou na formação de agentes penitenciários.

Amabília Vilaronga de Pinho Almeida – feminista baiana, ajudou a formar o MDB Mulher, ainda durante o regime militar. Foi deputada constituinte pela Bahia.

Luzia Santiago – nascida em Virgínia (MG), é cofundadora da Comunidade Católica Canção Nova, sediada em cachoeira Paulista (SP).

Jô Moraes - natural de Cabedelo (PB), iniciou sua militância política como estudante secundarista. É deputada federal por Minas Gerais, presidente da Comissão Parlamentar Mista que analisa a ação do estado no enfrentamento à violência contra a mulher.

Telma Dias Ayres - nasceu em Vitória (ES), é presidente da Associação Feminina de Educação e Combate ao Câncer desde 1983.



05/03/2013

Agência Senado


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