Malan e Martus terão de explicar acordo com FMI e dívida pública
No primeiro requerimento, os autores, senadores Paulo Hartung (PPS-ES), Heloísa Helena (PT-AL), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Lauro Campos (PDT-DF), assinalam que a audiência visa a abrir espaço para debater e avaliar os termos do acordo com o FMI e o seu impacto sobre a economia brasileira, principalmente diante de notícias de que foram exigidos novos sacrifícios do Brasil para a concessão desse novo empréstimo.
O senador Ademir Andrade (PSB-PA), autor do segundo requerimento, quer que o ministro Malan explique por que a dívida líquida do setor público ultrapassou o equivalente a 51% do PIB (Produto Interno Bruto), apresentando tendência de crescimento, se o próprio ministro havia garantido, por diversas vezes, que essa relação não ultrapassaria a casa dos 45% do PIB.
Ademir diz que o atual governo vem bancando uma política econômica que depende fundamentalmente de capitais externos de curto prazo e de alta volatilidade (que podem deixar o país a qualquer momento).
Para o senador, a política de dependência de capitais externos comandada pelo ministro da Fazenda elevou a dívida a patamares nunca antes verificados, com o propósito apenas de cumprir as metas acertadas com o FMI, "trazendo conseqüências nefastas para o crescimento econômico".
Ademir acha, inclusive, que o governo tem sido "mais realista que o rei", pois conseguiu, no primeiro semestre deste ano, realizar um superávit primário (receita menos despesas, exclusive encargos da dívida) de R$ 30,4 bilhões, quando o FMI exigia R$ 21,4 bilhões. A presidência da CAE vai entrar em contato com os ministros para acertar com eles a data da audiência pública.
07/08/2001
Agência Senado
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