Maldaner protesta contra leilão de banco de SC
O senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) fez nesta terça-feira (5) um protesto veemente, perante a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), contra o leilão do Banco do Estado de Santa Catarina (BESC), marcado para o próximo dia 12 de junho. A reação do senador surgiu após ter tido rejeitada pelo relator, senador Romero Jucá (PSDB-RR), uma proposta sua que pretendia condicionar os termos da pactuação das dívidas estaduais com a União à esperada decisão judicial sobre a privatização do BESC. Para Jucá, a proposta de Casildo Maldaner contém problemas legais e operacionais uma vez que, a depender da decisão da Justiça, poderia implicar ônus para Santa Catarina.
Casildo Maldaner concordou que a proposta, feita em 2000, já não seria mais praticável hoje, em razão de decisões já adotadas de lá para cá, incluindo-se, aí, novos empréstimos contraídos pelo estado. Destacou, contudo, que caso o banco estadual seja mesmo leiloado por R$ 500 milhões, como se espera, abatido o passivo de R$ 2,2 bilhões, o Estado vai arcar com um ônus de R$ 1,7 bilhão. Assim, pela solução praticada, disse Casildo Maldaner, "os catarinenses vão ficar sem o banco e com uma enorme conta para pagar".
O leilão do BESC, acrescentou o senador, vai resultar, provavelmente, na internacionalização de um banco estadual e, certamente, no fechamento de agências em centenas de municípios, obrigando milhares de aposentados a terem de viajar para receber, todos os meses, suas aposentadorias.
Casildo Maldaner disse não querer mais a aplicação da sua proposta de condicionar a renegociação da dívida estadual a uma decisão judicial sobre o destino do BESC. "Hoje, quero apenas que não se pratique essa violência contra o patrimônio catarinense" - afirmou, referindo-se ao leilão do banco. A privatização do BESC, para o senador, "guardadas as devidas proporções, seria o mesmo que internacionalizarmos o Banco do Brasil".
Os senadores Roberto Saturnino (PSB-RJ) e Heloísa Helena (PT-AL) apoiaram as colocações de Casildo Maldaner. O parecer do senador Romero Jucá, sobre a proposta do senador catarinense não chegou, contudo, a ser votado, por falta de quórum na CAE.
05/03/2002
Agência Senado
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