Malta apresenta sugestões para combater narcotráfico



Aprovar penas mais duras para usuários de drogas, emendar a Constituição estabelecendo a prisão perpétua para traficantes e montar pelotões da Polícia Militar nos morros cariocas são algumas das sugestões apresentadas nesta quarta-feira (14) pelo senador Magno Malta (PL-ES) para combater o narcotráfico. O parlamentar capixaba alertou para o risco de o quadro caótico que vive atualmente o Rio de Janeiro se alastrar para o resto do país.

Como ex-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do narcotráfico da Câmara dos Deputados e senador de um estado que passou onze anos sob o domínio do crime organizado, Malta pregou a adoção pelos governos federal e do Rio, e também pelo Congresso, de soluções enérgicas e urgentes para a escalada da violência e do banditismo. Lamentou contudo que não esteja percebendo movimentação efetiva nesse sentido.

- O que temos visto é que, quando o crime bate o pé, os homens públicos põem o galho dentro - disse o senador do PL, repetindo uma expressão popular que significa acovardamento.

Magno Malta mostrou-se contrariado com a lei - aprovada na Câmara - que não estabelece penas duras para os usuários de drogas que descumpram as penas alternativas ordenadas pela Justiça. Na opinião do senador, não há tráfico de drogas sem usuários, mas a lei está favorecendo a proliferação de consumidores.

Ele ponderou que não está pedindo para os usuários o mesmo tratamento dispensado aos traficantes. Para estes últimos, sugeriu que se crie a pena de prisão perpétua, por meio de emenda constitucional.

A guerra do tráfico no Rio deve ser resolvida com a forte presença do Estado nas favelas, onde os criminosos passam por benfeitores do povo. O parlamentar propôs que a Polícia Militar ocupe as áreas perigosas com a instalação de batalhões, evitando saídas temporárias, como a ocupação da cidade pelo Exército.

Malta voltou a propor a recontratação de empregados de bingos por redes de hotéis e por empresas de turismo, mas recomendou que só se beneficiem do programa os com carteira assinada, aqueles que trabalhavam em cooperativas e seguranças que não tenham sido expulsos da PM ou estejam sendo processados.



14/04/2004

Agência Senado


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