Malta será ouvido nesta terça-feira



O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar ouve, nesta terça-feira (21), a partir das 10h, o senador Magno Malta (PL-ES). O parlamentar responde a processo disciplinar instaurado devido à inclusão de seu nome no relatório parcial da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas. O relator do processo, senador Demóstenes Torres (PFL-GO), confirmou a tomada de depoimento de Malta, mas não garantiu que apresentará o relatório nesta quinta-feira (23), apesar de a leitura do texto constar da pauta do conselho para esse dia.

Em entrevista nesta segunda-feira (20) à Agência Senado, Demóstenes afirmou que, se houver tempo hábil e condições, o relatório poderá ser apresentado na quinta.

- Vou pegar tudo o que tenho (sobre o caso) e, depois da oitiva de Magno Malta, ver se dá para preparar o relatório para a quinta - afirmou Demóstenes, ressaltando que vai votar de acordo com as provas colhidas durante a investigação.

Magno Malta foi citado no relatório da CPI por conduta incompatível com o decoro parlamentar A comissão investigou possível envolvimento do senador com a chamada "máfia das ambulâncias" - esquema de fraudes criado com o objetivo de utilizar irregularmente recursos do Orçamento da União para a compra de ambulâncias destinadas a municípios com preços superfaturados.

Contra Malta pesam depoimentos de membros da família Vedoin, proprietária da Planam - empresa acusada de gerenciar o esquema de fraudes - que alegam ter dado ao senador pelo Espírito Santo uma Van como parte de pagamento de propina para a apresentação e a liberação de emendas ao Orçamento que beneficiariam a quadrilha. Malta se defende das acusações com a explicação de que o Fiat Ducato teria sido um empréstimo pessoal do deputado federal Lino Rossi (PP-MT), que também está sendo investigado pela CPI Mista dos Sanguessugas.

Com o objetivo de rastrear o histórico da Van que teria pertencido a Lino Rossi, o Conselho de Ética ouviu vários ex-proprietários do automóvel e pediu também ao Departamento de Trânsito (Detran) um histórico completo do registro do carro. Segundo Demóstenes, somente nos últimos dias veio a resposta ao ofício, confirmando que o veículo havia sido transferido para o nome da mulher de Rossi, Querli Batistello.

Também faltava a cópia de um cheque de R$ 50 mil que Luiz Antônio Vedoin alega ter dado como pagamento pelo carro. O próprio Vedoin já havia apresentado uma primeira cópia, mas como faltava a xerox do verso do cheque, Demóstenes esteve pessoalmente com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para tentar rastrear o documento.

Segundo Demóstenes, Meirelles disse a ele que não tinha como rastrear o cheque, mas ao olhar a cópia do documento e constatar que não havia qualquer carimbo na frente dele, o presidente do Banco Central teria dito ao senador por Goiás para procurar diretamente o banco emissor do cheque. No entanto, Meirelles adiantou a Demóstenes que aquela ordem de pagamento não havia dado entrada em nenhuma instituição financeira.

- Essa informação (do Meirelles) deixa o Magno Malta numa situação mais tranqüila, mas complica o envolvimento do Lino Rossi - afirmou Demóstenes.



20/11/2006

Agência Senado


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