Mantega prevê retomada lenta também na Europa



O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou, nesta quarta-feira (3), que, apesar do acordo para elevação do teto da dívida dos Estados Unidos, a dificuldade de recuperação daquela economia ainda é preocupante. Para ele, os fatores que freiam uma possível retomada, estão, o elevado percentual de desemprego, o fraco crescimento da demanda e os problemas que levaram à crise do subprime.

“Felizmente eles conseguiram aprovar esse aumento do endividamento, porém não é satisfatório, porque resolve o problema da dívida. Não vai haver inadimplência (default), mas acredito que o governo americano não tenha as condições para fomentar o crescimento da economia”, declarou Mantega. Para ele, o episódio em torno da dívida dos EUA foi “mais político do que econômico”.

O Ministro afirmou que a crise mundial não acabou e que está em uma critica devido o desempenho da economia norte-americana estar inferior ao que era esperado. Ele prevê que Estados Unidos e União Europeia terão recuperação demorada. “Devemos esperar que essa questão se arraste por alguns anos”, declarou.

Ao expressar preocupação com os países em desenvolvimento, Mantega defendeu que é preciso tomar medidas que coloquem um “cordão de isolamento” no Brasil, para que o País não seja prejudicado por essas crises. “Os emergentes são menos afetados, porém são afetados por questões cambiais, questão da política monetária e falta de mercado”, detalhou.

O Ministro disse ainda não acreditar em um rebaixamento da nota de rating da dívida norte-americana: “acho que não é o caso de rebaixamento dos Estados Unidos, porque, do ponto de vista financeiro, eles vão continuar sólidos, cumprindo suas obrigações”.

Indagado sobre o rebaixamento do rating norte-americano por pela agência de risco chinesa Dagong Global Credit Rating, de A+ para A, com perspectiva negativa, o ministro afirmou que eles deveriam tomar cuidado, uma vez que a China é o maior credor dos Estados Unidos. “Estão rebaixando os títulos que eles possuem”, concluiu.


Fonte:
Ministério da Fazenda



03/08/2011 16:48


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