Mantega critica demora da Europa na crise e diz que ajuda ao FMI não está definida



O Brasil não concretizou proposta de ajuda ao Fundo Monetário Internacional (FMI). A informação foi dada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta terça-feira (8). Ele negou que o governo tenha apresentado a cifra de US$ 10 bilhões para essa finalidade. “O Brasil estava disposto a fortalecer o Fundo Monetário juntamente com outros países, porém isso dependia, em primeiro lugar, que os europeus cumprissem as tarefas que se dispuseram”, declarou Mantega.

O assunto chegou a ser discutido, segundo informou o ministro, com os outros integrantes do Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul), mas nenhuma ajuda foi definida, porque os europeus não conseguiram organizar o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), não utilizaram todo o potencial do Banco Central Europeu (BCE) e não resolveram o problema da dívida soberana da Grécia.

“Não há proposta concreta, mas isso não quer dizer que no futuro isso não possa acontecer”, afirmou o ministro da Fazenda, destacando que os recursos disponibilizados não seriam para uso exclusivo dos países europeus, mas para todos os outros membros do FMI que sofram com o agravamento da crise financeira.

Em sua primeira declaração depois da reunião do G-20, realizada na semana passada em Cannes (França), Mantega disse que a crise na Europa piorou um pouco e que não está sendo resolvida satisfatoriamente. “Os europeus continuam trabalhando tardiamente, continuam atrasados em relação às necessidades e os fatos e estão deixando a situação degringolar”, disse.

De acordo com o ministro, já há uma saída de capitais em países emergentes, com exceção do Brasil, devido ao baixo volume de reservas internacionais. “Eles têm uma fragilidade cambial maior e nós temos que nos preocupar com isso, porque se os emergentes forem atingidos, a situação internacional vai ficar pior”, alertou.

Ele lembrou que os europeus precisam enfrentar agora uma crise na Itália, que, na opinião do ministro, pode ser ainda maior que a da Grécia. Embora acredite que a Itália seja um país mais sólido, Mantega enfatizou que o mercado trabalha na base da expectativa e da desconfiança.

Fonte: 

Ministério da Fazenda



08/11/2011 20:46


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