Mão Santa critica viagem do presidente sem ter salário mínimo aprovado pelo Congresso



A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, neste final de semana, enquanto o Congresso Nacional ainda não votou o novo salário mínimo, foi duramente criticada pelo senador Mão Santa (PMDB-PI) na tribuna do Senado. Ele afirmou que nunca, na história do país, o trabalhador foi tão enganado.

- O presidente Lula viaja e aí quem paga é o trabalhador. Nunca o Congresso viveu uma vergonha como essa -, enfatizou, argumentando que o governo "atropelou o Legislativo", que tinha a rotina de aprovar o salário mínimo em abril para que estivesse no bolso do brasileiro em maio. Mão Santa lamentou que esse atraso ocorra exatamente quando está no poder um partido que representa os trabalhadores.

O senador, em tom jocoso, referiu-se à avaliação do senador Ney Suassuna (PMDB-PB), vice-líder do governo, de que a missão presidencial à China pode render pouco se o governo não adotar políticas industrial e comercial mais ousadas e objetivas. "Ney gosta da Paraíba, do Rio de Janeiro, gosta do mundo, das pessoas e das mulheres, mas gosta muito mais do governo", brincou, para reforçar a veracidade das declarações do seu colega de partido.

Mão Santa disparou também contra a corrupção, que na sua avaliação ainda graça no governo federal. O senador leu reportagem publicada na imprensa maranhense sobre as recentes licitações do Palácio do Planalto para consumo nos próximos 120 dias, com itens vultosos como seis mil barras de chocolate, dois mil vidros de pimenta, dois mil e quinhentos rolos de papel alumínio, 900 latas de leite condensado, 129 mil litros de água, e duas mil latas de cerveja, entre outros. O senador ironizou dizendo que agora sim iria freqüentar o Palácio do Planalto e acrescentou ao final do seu pronunciamento que o povo esperava de Lula simplicidade e humildade e não vaidade.



21/05/2004

Agência Senado


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