Mão Santa defende salário mínimo maior



O senador Mão Santa (PMDB-PI) defendeu um salário mínimo maior do que os R$ 240 propostos pelo governo em medida provisória. Ele afirmou que -as prefeituras estão falidas não por causa do salário mínimo, mas por causa de corrupção-.

- O presidente Lula tem que fazer do senador Paulo Paim o seu Richelieu, tem que ouvir os conselhos dele - disse Mão Santa, referindo-se à luta do senador gaúcho por um salário mínimo digno desde os tempos de deputado federal.

Mão Santa citou números de países ricos e do vizinho Paraguai para justificar um aumento maior para o mínimo. Ele lembrou que nos Estados Unidos um operário ganha US$ 10 por hora, o que dá US$ 100 ao fim do dia, já que a jornada de trabalho é de dez horas diárias. No Brasil, o mínimo equivale a US$ 0,40 por hora. Em Portugal, o mínimo é de US$ 2,3 por hora; na Grécia, US$ 2,6 por hora; na Espanha, US$ 2,9 por hora, e no Paraguai, país muito mais pobre do que o Brasil, US$ 1,32 por hora, três vezes mais do que o salário mínimo brasileiro.

O senador lembrou uma frase do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: -O operário tem que ser feliz, tem que ter o direito de tomar sua cervejinha gelada nos fins de semana, com a família-. Ele recordou ainda que, por ocasião da posse no Senado, em fevereiro, esteve doente e gastou R$ 370 para aviar a receita médica.

- Um homem que viva com o mínimo não pode, portanto, ficar doente. E uma receita como essa, em vez de curá-lo, vai humilhar o homem, enchê-lo de revolta - disse.

Mão Santa prosseguiu citando números: o salário mínimo criado por Getúlio Vargas em 1945, para alguns economistas, equivaleria hoje a R$ 489. Para outros, seria correspondente a R$ 592.

Em aparte, o senador José Jorge (PFL-PE) elogiou o discurso e garantiu que a medida provisória que reajustou o mínimo pode ser melhorada no Congresso Nacional, em favor de um reajuste maior. Em outro aparte, a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) também elogiou o discurso e fez a defesa da exigência do diploma de formação em Jornalismo para o exercício da profissão.

O senador Edison Lobão (PFL-MA) também defendeu um salário mínimo maior do que o proposto pelo governo e acrescentou que o mínimo não é uma questão partidária, mas de justiça social. O senador Paulo Paim (PT-RS) também elogiou o discurso de Mão Santa.



07/04/2003

Agência Senado


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