Mão Santa pede que Palocci troque a prioridade do capital para o trabalho
Em discurso pronunciado nesta quinta-feira (19), o senador Mão Santa (PMDB-PI) criticou duramente o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que estaria privilegiando o capital, por meio do pagamento de juros, em detrimento do trabalho. Mão Santa chamou a atenção para o "crescimento espetacular" dos lucros dos bancos em contraposição ao aumento do desemprego.
O senador mostrou-se espantando com o total das despesas com juros realizadas pelo governo - R$ 145 bilhões -, e disse que o valor é equivalente ao Produto Interno Bruto (PIB) de 13 estados, entre os quais o Piauí. A política de juros altos seria uma forma de "subserviência" ao Fundo Monetário Internacional (FMI), coisa que Getúlio Vargas e Juscelino Kubstchek teriam rejeitado.
- Posso criticar porque tenho mais experiência do que Palocci. Afinal fui duas vezes governador. A meta do governo deve ser o emprego e o trabalho - disse Mão Santa, acrescentando que, quando há emprego, automaticamente há melhorias para a saúde, a educação e outros setores da área social.
Para o senador, que é médico como Palocci, é preciso respeitar o ditado popular que aconselha "cada macaco [a ficar] no seu galho". Na opinião de Mão Santa, médicos não costumam entender de números.
19/02/2004
Agência Senado
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