Marcelo Crivella defende experiência fluminense na construção naval



O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) disse que a carteira de encomendas de navios da Petrobras "obedece a uma estratégia de descentralização em desfavor do estado do Rio de Janeiro". Essa carteira, informou, prevê a construção de 214 novas embarcações - entre plataformas, navios e barcos de apoio - até 2015, de acordo com dados do Sindicato dos Estaleiros (Sinaval).

Para o senador, "tal concepção comete ao menos um equívoco básico, qual seja, desprezar a rica, enorme e matizada expertise adquirida pelo Rio de Janeiro, configurada ao longo de séculos", no setor de construção naval. Lembrou que lá foram feitas as primeiras embarcações de tipo europeu construídas no Brasil, dois bergantins, em 1531. E em 1655, Salvador Correia de Sá e Benevides construiu o galeão Padre Eterno, com 53 metros de comprimento, 2 mil toneladas e 144 canhões, peça fundamental da Armada Portuguesa após a guerra de reconquista de Angola, então sob domínio batavo.

- Não tenho dúvidas de que o maior desafio atual não é o da descentralização, mas o da diversificação. Os estaleiros nacionais precisam alcançar o mercado internacional e os armadores privados e as oportunidades estão dadas. Antes disso, porém, uma etapa é fundamental: catapultar sua condição produtiva e, aqui, paradoxalmente, a Petrobras continua importante - afirmou o senador.

O parlamentar citou o diretor de Planejamento do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), João Carlos Ferraz, segundo o qual o Brasil tem agora sua quarta chance na história de se consolidar como polo construtor naval. Citou também o presidente da Transpetro, o ex-senador Sérgio Machado, que enfatiza o "forte efeito multiplicador" dos estaleiros na economia e a abertura de um mercado de exportação para o país.

Marcelo Crivella enfatizou ainda a capacitação da Nuclebrás Equipamentos Pesados S. A. (Nuclep) para produzir motores para navios de grande calado, em associação com a empresa finlandesa Wärtsilä. O senador informou serem motores de alta tecnologia, que custam milhões de dólares e que mal cabem no Plenário do Senado.

- Produzi-los aqui significa gerar riquezas e aumentar postos de trabalho, incluindo um variado mercado secundário de manutenção - afirmou o senador, comemorando a "espetacular reação" da estatal, que segundo ele se encontrava sucateada.



08/07/2009

Agência Senado


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