Marcelo Crivella relata visita de Lula à África



O senador Marcelo Crivella (PL-RJ) fez um relato da viagem em que acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em visita a São Tomé e Príncipe, Angola, Namíbia, Moçambique e África do Sul. O parlamentar lamentou que viagem tão importante tenha merecido tão pouco espaço na imprensa, que se concentrou mais em cobrir a ocorrência de possíveis gafes.

- Que frutos poderemos colher no futuro plantando hoje a semente da discórdia? Estamos mesmo fadados a procurar a falha do próximo e macular um esforço tão grande que se fez para o desenvolvimento e entendimento entre os povos? - indagou.

Crivella frisou, no entanto, que -a visão pequena, distorcida, infeliz, jamais poderá nublar, por um instante sequer, o brilho de esperança no olhar de cada africano que acredita que o Brasil há de ajudá-lo-.

O senador lembrou os acordos de cooperação firmados com os países africanos nas áreas social e de agricultura, saúde, indústria e comércio. Ele ressaltou o trabalho do corpo diplomático brasileiro, incansável para que os termos de cada tratado assinado traduzissem o espírito de cooperação que existe entre Brasil e África.

Num relato da visita a Moçambique, que tem mais de um milhão de pessoas com Aids, Crivella fez uma síntese da viagem. Disse que, na visita ao Hospital de Dia, na cidade de Maputo, esteve na cabeceira de uma senhora aidética, com menos de 40 anos de idade e mãe de quatro filhos. Nesse ambiente, relatou o senador, um singelo coral de funcionários descreveu, por intermédio da música, a visão do povo africano sobre essa epidemia.

- A letra falava de um mar contaminado, em cujas águas, no passado, todos se deleitavam, e terminava pedindo misericórdia a Deus. Não houve quem não se emocionasse - disse o senador.

Crivella disse que o Brasil tem muito a ensinar sobre Aids, até por que tem pouco mais de 600 mil aidéticos, apesar das previsões da Organização Mundial de Saúde (OMS) de que teria mais de 1 milhão de contaminados em 2003. O senador destacou a disposição do presidente Lula de construir, em Moçambique, unidade capaz de produzir oito dos 15 medicamentos que compõem o coquetel que prolonga a vida dos portadores do vírus HIV. O empreendimento terá um custo de US$ 24 milhões, quantia que Lula definiu como inexpressiva face aos incalculáveis benefícios que a unidade trará. Elogiando a iniciativa, Crivella disse que sentiu orgulho de ser brasileiro.



14/11/2003

Agência Senado


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