Marcha das Margaridas espera reunir 100 mil trabalhadoras rurais em Brasília



Trabalhadoras rurais de todo o País chegam nesta segunda- feira (15) a Brasília para a quarta edição da Marcha das Margaridas. A mobilização é organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). A expectativa é que o protesto reúna cerca de 100 mil mulheres. A marcha deste ano terá sete eixos principais, dentre eles: melhores condições de trabalho, participação política, violência no campo e reservas extrativistas.

As atividades têm início terça-feira (16), às 9h, com o lançamento da campanha contra os agrotóxicos. Às 10h, no Congresso Nacional, as mulheres fazem ato público focado no tema da violência no campo. Nesse dia, as mulheres vão entregar uma pauta de reivindicações ao Congresso e devem contar com o apoio da atriz Letícia Sabatella, ligada à organização não governamental (ONG) Humanos Direitos.

A coordenadora da Marcha das Margaridas, Carmem Foro, disse, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, que nos últimos dez anos aumentou o número de trabalhadoras rurais ameaçadas de morte na região da Amazônia, por causa de conflitos agrários. “Em 2001, eram 7% das trabalhadoras rurais da região amazônica na lista dos marcados para morrer. Hoje, são mais de 20%”, disse a coordenadora.

Carmem acredita que, luta pela terra e pelos recursos naturais motivam a violência contra a trabalhadora rural na região.

As trabalhadoras rurais também querem discutir os grandes projetos de infraestrutura, como a construção de grandes hidrelétricas. “Queremos dialogar com o governo critérios sociais, ambientais e econômicos para esses projetos. Se, por um lado, eles trazem desenvolvimento econômico para região, por outro, todos sabem as mazelas que causam. Com eles vêm o trabalho indecente, a prostituição infantil e a precarização das condições sociais das cidades que recebem esses projetos”, afirmou Carmem.

No último dia do evento as mulheres esperam ser recebidas pela presidenta Dilma Rousseff  para debater a pauta de reivindicações entregue em julho ao governo.


Fonte:
Agência Brasil



15/08/2011 16:22


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