Marcon convida deputados para visitar assentamentos gaúchos



O relator da Subcomissão de Assuntos Agrários, Dionilso Marcon (PT), irá formalizar às 11h desta sexta-feira, 14 de dezembro, convite ao presidente da Assembléia Legislativa, Sérgio Zambiasi (PTB), extensivo aos deputados de todas as bancadas, para visitar os assentamentos gaúchos.

A iniciativa do parlamentar é uma resposta à proposta da Farsul de instituir vistorias nas áreas em que foi realizada a reforma agrária no Rio Grande do Sul. “Ao contrário dos grandes latifúndios, não temos medo de abrir as portas à população e aos parlamentares para que verifiquem a produção dos assentados. Temos todo o interesse em mostrar o que produzimos, pois estamos certos de que isso atesta a importância da reforma agrária”, argumenta.

O deputado considera uma “confissão de culpa” a decisão dos fazendeiros gaúchos de impedir as vistorias do INCRA no Rio Grande do Sul. “Só combate as vistorias quem não produz. Quem trabalha e atende a função social da propriedade pode ficar tranquilo”, aponta.

Marcon estranha que a Farsul esteja lançando mão de argumentos ecológicos para defender a improdutividade do latifúndio. Ele se refere às alegações de que o ecossistema do pampa não suporta o aumento de produção. “É estranho que aqui no RS os latifundiários estejam tão preocupados com o meio ambiente, mas apóiem a devastação da Amazônica, aumentando a grilagem”, compara.

O petista voltou a criticar a postura do presidente da Comissão de Agricultura, Frederico Antunes (PPB). Segundo Marcon, o pepebista está transformando a comissão em um braço da Farsul. “A audiência pública realizada nesta quinta-feira teve carácter discriminatório e revanchista, pois excluiu da lista dos convidados o MST, que é o principal interessado em mostrar a produção dos assentados.”

Desafio

Marcon afirma ainda que, apesar de todas as dificuldades criadas pela política do governo federal para o setor primário, os assentamentos apresentam índices de produtividade considerados muito bons. Ele cita o exemplo do assentamento em que reside no município de Nova Santa Rita. Antes de ser desapropriada, a fazenda de 2000 hectares abrigava 200 cabeças de gado arrendadas, 36 hectares de arroz, também em regime de arrendamento, duas famílias e uma escola fechada. Com a transformação em assentamento, a área plantada de arroz subiu para 200 hectares, o número de cabeças de gado passou para mil e a escola foi reaberta, atendendo atualmente 67 alunos. Além disso, as 100 famílias de agricultores assentados têm 400 vacas de leite, dois mil porcos e produzem 50 mil frangos de corte, abatidos a cada 40 dias.

Marcon desafia o presidente da Comissão de Agricultura a mostrar ao público a produtividade de suas fazendas também. “Teremos assim a oportunidade de ver quem, realmente, tem vocação para a agricultura”, ironiza, referindo-se às declarações do pepebista de que o governo só deve destinar terras a quem tem vocação agrícola.


12/14/2001


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