Marcos Guerra alerta para crise do setor têxtil



O senador Marcos Guerra (PSDB-ES) informou ao Plenário nesta segunda-feira (4) que mais de cem sindicatos de patrões e empregados do setor têxtil e de confecções fazem manifestações em todo o país nesta terça-feira (5), em protesto contra a entrada indiscriminada e maciça de produtos importados a preços extremamente baixos, principalmente provenientes da China.

Além da importação, segundo o senador, os contrabandistas de têxteis têm oferecido mercadorias a preços que mal passam de 10% do valor de mercado. O setor já foi obrigado a demitir, nos últimos quatro anos, 260 mil empregados, e pode dispensar outros 940 mil até 2010, se o governo não adotar medidas de apoio à área.

O senador pelo Espírito Santo, que vem denunciando da tribuna as dificuldades do setor, lamentou que o governo até agora não tenha anunciado nenhuma medida para minimizar os problemas das empresas nacionais. Lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula prometeu recentemente examinar as reivindicações.

O maior entrave, conforme Marcos Guerra, está na valorização do real, que encarece o produto nacional. Para ele, a força do real vem estrangulando um setor brasileiro "altamente competitivo e moderno", que tem perdido espaço nas exportações para os Estados Unidos e a Europa. Ele reclamou do governo posições mais enérgicas nas negociações com os norte-americanos e europeus.

Em aparte, o senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) alertou para o fato de os problemas começarem a aparecer em quase todos os setores da economia nacional, muitos deles motivados pelo real valorizado.

04/09/2006

Agência Senado


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