Marcos Guerra diz que repercutirá anseios do setor produtivo, contra equívocos do governo
Em seu primeiro discurso, o senador Marcos Guerra (PSDB-ES) anunciou que pretende juntar sua voz "aos clamores contra as ações equivocadas do governo federal". Como suplente, ele assumiu o mandato interinamente no lugar do senador Gerson Camata (PMDB-ES).
- Farei coro com as lideranças do meu estado e do país, repercutindo nesta Casa os anseios e argumentos do setor produtivo - afirmou.
Para o senador, o Brasil precisa superar o atraso nas relações entre o poder público e o setor produtivo, em que todas as atividades econômicas sofrem com a demora na definição das reformas das legislações trabalhista e tributária.
- A situação atual inquieta o empresariado e inibe maiores investimentos do setor produtivo - avaliou.
As recentes alterações na legislação em nada contribuíram para melhorá-la ou impediram o aumento da carga tributária, "penalizando, mais uma vez, quem realmente paga impostos neste país", afirmou o senador.
- Enquanto líder empresarial eu também defendi o fim da cumulatividade da Cofins [Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social], aliás uma reivindicação histórica do empresariado brasileiro. Mas não posso concordar com o patamar em que a nova alíquota foi fixada, chegando a 7,6%, quando, na verdade, o correto seria um percentual inferior a 6%. Enquanto se comemora o bom desempenho da balança comercial e o crescimento das exportações, assistimos, inconformados, à luta por sobrevivência travada pelas micro, pequenas e médias empresas - assinalou.
O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), deu as boas-vindas a Marcos Guerra em nome da bancada do partido e elogiou o tom moderado e a lucidez do seu primeiro discurso. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) destacou as palavras sensatas e equilibradas, mas críticas. O senador Ramez Tebet (PMDB-MS) disse que Marcos Guerra via honrar o Espírito Santo. O senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) lembrou que o Senado tem um papel relevante neste momento, pois é o núcleo das discussões em torno do desenvolvimento. E a senadora Ana Júlia Carepa (PT-PA) disse ter certeza que o novo senador vai contribuir com debates democráticos.
Na presidência da sessão, o senador Mão Santa (PMDB-PI) saudou o novo senador e ressaltou que trata-se do 12º parlamentar da bancada do PSDB, "como 12 são os apóstolos de Jesus Cristo. Mas esse grupo está melhor porque não tem nenhum traidor, está unido".
20/04/2004
Agência Senado
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