Maria do Rosário sugere apoveitamento da experiência da UEE
A deputada Maria do Rosário (PT) propôs à Comissão do Mercosul que conheça a experiência de implantação do parlamento europeu. A intenção da deputada petista é a de aproveitar a experiência da União Econômica Européia (UEE) para subsidiar o debate no Legislativo gaúcho sobre a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA). "Um intercâmbio com o parlamento europeu ajudaria nesta discussão, que vem sendo tratada pelo governo norte-americano unicamente a partir de seus interesses de mercado e não como um espaço democrático", argumentou Maria do Rosário, durante a palestra do vice-governador Miguel Rossetto sobre a ALCA, na manhã de hoje (09/05).
A ALCA, conforme explicou Miguel Rossetto, foi concebida pelos governos americano e canadense para atender os interesses econômicos de grupos empresariais destas duas nações. "A ALCA consagra a primazia do capital sobre o trabalho, transforma a vida e o mundo em mercadorias, nega os direitos humanos, sabota a democracia e mina a soberania nacional", sustentou o vice-governador, que esteve em Quebec discutindo este tema.
Maria do Rosário assinalou que dos 800 milhões de habitantes da América Latina, 500 milhões vivem em situação de pobreza. E dos US$ 792 bilhões de dívida com o hemisfério norte, US$ 123 bilhões foram pagos só de juros, em 1999. "80% do peso econômico são detidos apenas pelos Estados Unidos e Canadá", criticou a parlamentar, propondo a construção de novos caminhos de integração continental, baseados na democracia, igualdade, solidariedade e respeito aos direitos humanos e ao ambiente.
A Comissão Permanente do Governo do Estado que estuda a ALCA, coordenada pelo vice-governador e integrada pelas Secretarias da Agricultura e do Desenvolvimento Econômico e pela FEE tem dialogado com a Fiergs, Fetag, Federasul e CUT. "O documento que propôs a ALCA foi assinado secretamente por 34 chefes de Estados, no Fórum Empresarial das Américas, há sete anos. Este projeto despontou no governo Itamar Franco e foi firmado pelo governo FHC", revelou Miguel Rossetto, advertindo que a implantação de um projeto desta envergadura trará sérios prejuízos ao meio ambiente a aos habitantes latino-americanos.
"É fundamental, portanto, que a América Latina altere a proposta original, colocando os direitos humanos acima dos interesses econômicos", acrescentou Maria do Rosário.
05/09/2001
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