MARINA SILVA DEFENDE ESTUDO APROFUNDADO SOBRE TRANSGÊNICOS



Ao registrar a passagem do Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho, a senadora Marina Silva (PT-AC) defendeu sua proposta de que haja uma moratória de cinco anos na liberação do cultivo dos produtos geneticamente modificados. Um projeto apresentado pela senadora estipula este prazo para que os cientistas possam chegar a uma conclusão sobre se os transgênicos causam mal à saúde dos seres humanos ou interferem no meio ambiente.A senadora pelo Acre lamentou a pressa do Ministério da Agricultura em liberar o cultivo de soja geneticamente modificada em sete estados brasileiros. Ela justificou que os debates que vêm sendo realizados entre os cientistas, principalmente os da Europa e do Japão, apontam a possibilidade de riscos à vida e à ecologia.Marina Silva opinou que o debate sobre a questão não está sendo leal, sobretudo quando os defensores da liberação imediata do plantio dos produtos transgênicos afirmam que a proposta de moratória tem como objetivo engessar a pesquisa e levar o país ao atraso no setor. Ela argumentou que, ao contrário, o prazo pretendido de cinco anos seria utilizado para a comunidade científica do país emitir seu parecer sobre o assunto.Citando alguns testes realizados na Estados Unidos, Marina Silva disse que os cientistas concluíram que, no caso do milho geneticamente modificado, o pólen destas espécies está matando as borboletas que fazem a sua reprodução. Ela manifestou sua preocupação de que os produtos transgênicos possam alterar a fauna, a flora e outros aspectos ainda desconhecidos.- Espero que a pressa e o interesse dos que defendem a tese da liberação dos transgênicos não prejudique o debate no Congresso. Como nesse caso os danos podem ser irreversíveis, eu alerto que seria muito perigoso se não houvesse uma discussão profunda sobre o assunto - afirmou Marina Silva. Em aparte, o senador Lúdio Coelho (PSDB-MS) posicionou-se a favor da liberação imediata dos produtos geneticamente modificados. Ele disse que a maioria dos países consome a soja transgênica e que, nos Estados Unidos, 52% da plantação de soja é feita com sementes modificadas. "Proibindo o plantio deste tipo de semente, o Brasil corre o risco de sofrer na agricultura o mesmo atraso que houve no setor de informática, com a reserva de mercado", comparou.

07/06/1999

Agência Senado


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