MARINA SILVA DENUNCIA CONFINAMENTO DE ÍNDIOS NA BAHIA



A senadora Marina Silva (PT-AC) informou em plenário nesta quinta-feira (dia 27) que uma população de cerca de 2 mil índios Pataxó estão confinados em suas próprias terras, acuados por pistoleiros e policiais militares da Bahia, sofrendo constrangimento, insultos, humilhações e até agressões físicas. Ela comunicou que recebeu na manhã desta quinta-feira (dia 27) uma comitiva da comunidade indígena, acompanhados do líder Macuxi, José Adalberto, de Roraima, que veio buscar apoio e exigir providências para resolver o problema.Na noite de 17 de novembro passado, segundo informou Marina Silva, os Pataxó tiveram sua aldeia invadida por 400 homens armados da Polícia Militar. O resultado foram dois policiais mortos, em condições ainda não esclarecidas. Desde então, prosseguiu a senadora em seu relato, liderados por um grande proprietário rural local, pistoleiros e a polícia estão em campanha pela expulsão dos Pataxó de suas terras.Marina Silva registrou que apesar da Funai já ter identificado e demarcado as terras dos índios Pataxó e tentado serenar os ânimos na região, estão faltando condições para a solução do problema. No entendimento da senadora, falta o pagamento das indenizações aos fazendeiros e chacareiros pelas benfeitorias efetuadas nas terras indígenas, que o governo estadual distribuiu ilegalmente a não-índios há alguns anos.SEM-TERRAEm aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) manifestou sua solidariedade aos índios Pataxó e comparou com a situação que sem-teto estão vivendo em São Paulo. Ele informou que, na rua Líbero Badaró, o prédio do Banco Nacional (que está sob liquidação do Banco Central) foi ocupado por 80 famílias do Movimento pela Moradia, numa tentativa de diálogo com a Caixa Econômica Federal, o governo do estado e o Banco Central.Suplicy comunicou que enquanto ele fazia o pronunciamento em plenário, na manhã da quinta-feira (dia 27), dezenas de tropas de choque da Polícia Militar de São Paulo estavam invadindo o prédio para desocupá-lo, usando inclusive bombas de gás lacrimogêneo. Ele lamentou que momentos antes da invasão tenha conversado com o secretário estadual de Habitação em busca de um entendimento, já que os invasores haviam anunciado que desocupariam o prédio pacificamente se o governador Mário Covas assegurasse um abrigo para as famílias.

27/01/2000

Agência Senado


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