MARINA SILVA DENUNCIA PLANO PARA MATAR PADRE NO ACRE



A senadora Marina Silva (PT-AC) denunciou hoje (dia 30) a existência de um plano para matar o padre Paulino, religioso conhecido por suas ações contra a retirada ilegal de madeira de reservas indígenas e ambientais na Amazônia. Segundo a senadora, o plano foi denunciado por um madeireiro que não concordou com a decisão acertada em uma reunião de madeireiros que atuam no município de Sena Madureira.

A revelação da proposta de execução do padre, de acordo com a senadora, foi feita aos membros do Comitê Chico Mendes que acionaram o governo do Estado do Acre. Policiais militares foram destacados para fazer a segurança do padre Paulino, que recusou a medida por meio de uma carta enviada ao comandante da PM. Marina Silva disse que o padre Paulino havia mandado uma carta ao presidente Fernando Henrique Cardoso relatando a exploração ilegal de madeira na região. O padre denunciou que somente neste ano já foram retirados 35 mil metros cúbicos de mogno naquela região. O presidente respondeu comum telegrama solidarizando-se com a luta de padre Paulino.

Marina Silva adiantou que pedirá providências ao ministro da Justiça, Nelson Jobim, para que determine à Polícia Federal que garanta a proteção pessoal do padre Paulino por meio de agentes à paisana. Com mais de 70 anos e pesando apenas 46 quilos, padre Paulino segundo a senadora é um aliado nas causas da justiça, saúde, educação e meio ambiente no Acre.

Para a senadora, é preciso que o Ibama realize uma operação conjunta com o Exército brasileiro para dar fim à "ação criminosa dos madeireiros" naquele estado, ou "teremos mais um cadáver, dessa vez com repercussão em Roma".



30/08/1995

Agência Senado


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