MARINA SILVA EXPLICA REUNIÃO DOS OPOSICIONISTAS
Ao registrar nesta sexta-feira (dia 30) a reunião que os seis governadores eleitos pela oposição realizaram na quinta-feira (29) em Brasília, a senadora Marina Silva (PT-AC) informou que a iniciativa não deve ser confundida com a continuidade do palanque oposicionista. "Ao contrário, o Brasil atual vive o palanque da situação, o mesmo de antes das eleições; ou seja, de dificuldades econômicas e de dificuldades financeiras e que não foram combatidas no período certo", explicou.A senadora disse que, nesses quatro anos, o presidente da República não apresentou nenhuma proposta de reforma tributária, certamente receando mexer num "calcanhar de Aquiles que envolve muitos interesses". Afirmou também que, se deseja conversar com os governadores da oposição, como deu a entender, o presidente deve chamá-los logo para uma conversa. "Até porque esses governadores estão se sentindo prejudicados na realização de suas metas, naquilo que se comprometeram como proposta de campanha."Conforme Marina Silva, em face das medidas propostas pelo Executivo, os governadores oposicionistas decidiram ter uma ação que seja ao mesmo tempo de críticas e de propostas para o programa de ajuste fiscal do governo. Para confirmar que esses governadores não querem simplesmente criticar o governo, Marina informou que eles criaram um grupo de trabalho não apenas com os eleitos pela oposição, mas com todos que têm responsabilidade com seus estados, para dar respostas concretas às populações que os elegeram.A senadora explicou que essa frente política está aberta a todos os governadores e prefeitos unidos no entendimento de que o programa de ajuste fiscal parte de princípios que ferem os avanços obtidos com a Constituição de 1988. Marina lembrou que a Carta instituiu e assegurou uma certa autonomia para estados e municípios, enquanto, acentuou, as medidas do governo apontam para um caminho diverso. No seu entender, o governo federal deseja ter uma postura centralizadora frente a essas conquistas, o que ela considera um retrocesso.Em aparte, o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) disse que, encerradas as eleições, o governo age de modo diferente do que era esperado contra seus partidários que fizeram uma verdadeira farra nos estados para se reelegerem. Ele disse que houve governadores que chegaram a vender companhias energéticas para aplicar o dinheiro em campanhas eleitorais. Para Valadares, "não houve disciplina do governo antes das eleições".
30/10/1998
Agência Senado
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