Mário Couto aposta mandato se José Dirceu “passar mais de um ano na cadeia”
Em pronunciamento nesta terça-feira (27), o senador Mário Couto (PSDB-PA) apostou o seu mandato parlamentar caso o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu chegue a “passar mais de um ano na cadeia”.
– Roubem, podem roubar, abriram as portas. Será que o [José] Dirceu tira um ano de cadeia? Tira nada. Aposto o meu mandato se o Dirceu vai passar mais de um ano na cadeia – concluiu.
Por votação unânime, no último dia 12, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) fixou em 2 anos e 11 meses de reclusão a pena imposta ao ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu pelo crime de formação de quadrilha. A decisão foi tomada na continuidade do julgamento da Ação Penal 470, na qual, por votação majoritária, José Dirceu foi condenado, também, à pena de 7 anos e 11 meses de reclusão, além de 260 dias-multa à base de 10 salários mínimos cada, pelo crime de corrupção ativa praticado em relação a nove deputados federais.
Em seu pronunciamento, Mario Couto condenou a prática de corrupção e destacou a apresentação de projeto de sua autoria que instituiu o 12 de novembro, data em que José Dirceu teve a sua pena fixada pelo STF, como o Dia do Mensalão. A proposta aguarda o recebimento de emendas na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), onde será votado em decisão terminativa.
Mário Couto explicou que o projeto busca guardar na memória da sociedade o dia em que a mais alta Corte de justiça no país “contemplou o maior anseio popular, de ver penalizado, execrado do cenário político brasileiro aqueles representantes que, de forma covarde, cínica e descarada, usurparam as suas competências ao desviarem verba pública, por meio da prática de atos de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro”.
Mário Couto disse que a corrupção “se generalizou nesse país e não tem fim” e questionou “até quando nós vamos aturar nesse pais noticias de roubalheira generalizada”. O senador afirmou ainda que “nem terminou o mensalão e agora a corrupção vai para dentro dos gabinetes do governo federal”.
Mário Couto disse que “o Brasil não vai a lugar algum com a corrupção generalizada” e que o “dinheiro que está sendo lesado dos cofres públicos é dinheiro da saúde, da educação, das estradas, dos portos, dos aeroportos, e tudo está por fazer”.
Mário Couto também afirmou que a corrupção provoca morte na fila dos hospitais e prejuízo na vida dos aposentados, “que passam fome”.
27/11/2012
Agência Senado
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