Mário Couto pede CPI para investigar Dnit
O senador Mário Couto (PSDB-PA) pediu a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit). O parlamentar justificou seu pedido pelo fato de o Departamento comandar 21 das 77 obras irregulares constatadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em relatório encaminhado nesta terça-feira (25) ao Congresso Nacional, referente à investigação de 231 obras federais.
Em pronunciamento da tribuna, Mário Couto afirmou que essas irregularidades já trouxeram prejuízo de R$ 5 bilhões para o governo. Foram encontradas falhas em 101 obras. Dessas, 29 integram o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).
- Nem bem lançou [o PAC], e a corrupção já está implantada. Nunca, na história deste país, se praticou tanta corrupção - afirmou o parlamentar, que pediu voto de aplauso para o presidente do TCU, ministro Walton Rodrigues.
As obras, informou o senador, totalizam investimentos de R$ 23 bilhões. Em cada grupo de cinco obras, acrescentou, uma está irregular.
- Se nada acontecer, estamos liberando os administradores públicos para praticarem atos de corrupção - afirmou.
Para Mário Couto, o governo gasta mal e nele inexiste gestão.
- Lula está sendo salvo pela proteção de 'nossa senhora da bolsa-família', só isso, nada mais que isso. O resto é dinheiro público jogado pela janela. Não sou eu quem diz, é o Tribunal de Contas da União.
Mário Couto afirmou que é preciso uma CPI "para estancar a corrupção no Dnit, que é demais". Citou as duas votações nas quais se tentou aprovar o nome indicado para comandar o órgão, Luiz Antônio Pagot, mas não houve quórum.
- Não tenho nada contra a pessoa do Pagot, mas ele cometeu uma ilegalidade, essa Casa não pode aprová-lo, ele quer ir para o foco da corrupção, o Dnit. Ele deve ao Senado R$ 500 mil e tem que devolver - afirmou Mário Couto.
Pagot é acusado de ter trabalhado no Senado, como secretário parlamentar dos senadores Jonas Pinheiro e Blairo Maggi entre 1995 e 2002, ao mesmo tempo em que era diretor-superintendente da Hermasa Navegação da Amazônia, empresa do grupo empresarial de Maggi com sede em Itacoatiara (AM).
O senador também citou despesas deste ano feitas pelo Palácio do Planalto com solenidades e cerimônias, no valor de R$ 2,5 milhões, e também com jantares, no valor de R$ 2,2 milhões.
- São dez mil reais por dia, coisa nunca vista neste país. Inacreditável - afirmou, acrescentando que os gastos com cartão de crédito corporativo do governo este ano foram de R$ 101 milhões.
Em aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI) disse que Mário Couto "parou o Senado", na votação da indicação de Pagot. Em outro aparte, o senador Romeu Tuma (DEM-SP) afirmou que assinará o pedido de instalação da CPI do Dnit.
25/09/2007
Agência Senado
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