Marisa Serrano comenta viagem a Cuba
A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) comentou nesta quarta-feira (27) viagem feita a Cuba na semana passada em companhia de lideranças do seu partido. Ela disse que foi ao país caribenho não só pela "gentileza do convite", mas por acreditar que há interesse das autoridades cubanas em estreitar as relações com o PSDB, o maior partido social democrata da América Latina, que tem a perspectiva de estar no comando do país, em 2010.
- Foi importante para o PSDB participar. Mostramos a Cuba que estamos prontos a dialogar com qualquer partido de qualquer governo sem, em nenhum momento, deixar de lados nossas convicções ideológicas - afirmou.
Marisa Serrano disse que Cuba cresceu muito na área social, de educação e de saúde, mas que a economia do país não se desenvolveu ao longo dos 50 anos que marcam a revolução socialista.
- Cuba não se abriu ao mundo. Ficou atrelada à economia da Rússia. Depois disso, com a queda das repúblicas soviéticas socialistas, se atrelou a outro país, a Venezuela. Hoje Cuba depende da Venezuela para importar o petróleo que necessita e, com esse petróleo, negociar com outros países - afirmou.
Marisa Serrano avaliou que Cuba está pronta para uma abertura muito maior com todos os países, entre eles o Brasil, não só em projetos na área farmacológica, já em execução, mas também no setor de prospecção de petróleo e "em tudo o que for importante".
Em aparte, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) disse que "começa a soprar um vento democrático na cabeça das pessoas", lembrando à senadora que Cuba condena a adoção de política de cotas, ao contrário do Brasil.
Em resposta, Marisa Serrano disse que o governo de Cuba preferiu apostar na educação pública, universal e de boa qualidade, em vez de dividir o país em cotas.
- Cuba está hoje aplicando [em educação] 7% do PIB [Produto Interno Bruto], e nós aqui 4% - afirmou.
Por sua vez, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) observou que a divisão maniqueísta do mundo é uma discussão "completamente ultrapassada no dia de hoje". Segundo ele, Cuba atualmente procura investir na construção de uma nova sociedade, a partir de modelos que "com certeza não serão baseados no comunismo dos últimos anos".
Já o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que Cuba merece ser visitada "com olhos críticos, e não com olhos dogmáticos a favor ou com olhos dogmáticos contra".
- É um país que resiste a pressões externas, procura seus próprios caminhos, soube investir em educação e saúde - afirmou.
Antes de concluir seu discurso, Marisa Serrano afirmou:
- Cuba aposta na educação e na biotecnologia. Há diferença muito grande do país que acredita naquilo que é prioritário e investe. Nós não estamos fazendo isso no nosso país - afirmou.
27/05/2009
Agência Senado
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