Marisa Serrano destaca importância do Mercosul no fortalecimento da democracia
A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) destacou nesta quinta-feira (24) a importância do Mercado Comum do Sul (Mercosul) no fortalecimento da democracia na região e na realização do sonho da integração latino-americana. Ela abriu os trabalhos da homenagem do Senado, durante o horário do expediente, pelos 20 anos de existência do Mercosul. O requerimento para a homenagem foi do senador João Pedro (PT-AM).
- O Mercosul, inspirado no antigo Mercado Comum Europeu, veio para ficar, apesar das dificuldades. Temos muito o que comemorar - afirmou Marisa Serrano.
A senadora ressaltou os avanços alcançados não apenas na área econômica, que foi a tônica nos primeiros anos do Mercosul, mas também na área cultural e nas relações entre os países participantes. Ela lembrou que a integração do continente latino-americano enfrenta obstáculos desde a época da descolonização, como as tendências hegemonistas de Brasil e Argentina.
- Em face desse histórico de desconfianças, quando não de franca hostilidade, é que se deve entender como um grande passo a iniciativa dos presidente José Sarney, pelo Brasil, e Raul Alfonsín, pela Argentina, de estabelecer, em 1985, as bases do que viria a ser o Mercosul. As duas maiores nações sul-americanas deixavam de lado suas diferençase resolviam buscar rumos para uma caminhada conjunta, em prol dos interesses comuns - afirmou.
Marisa disse que, em 20 anos, já se caminhou muito no sentido de uma integração econômica dos países integrantes do bloco, mas à medida que as economias se harmonizam e ocorrem ganhos de escala, vem a hora de se pensar mais detidamente em outras formas importantes de integração, como o intercâmbio cultural e educacional. Segundo ela, no Brasil existe a tendência a menosprezar as culturas vizinhas e somente admirar a cultura norte-americana.
A senadora também ressaltou que dentre os grandes desafios a serem ainda enfrentados para concretizar a integração dos países do bloco estão a coordenação de políticas macro-econômicas, a liberalização do comércio de serviços, a livre circulação de mão de obra e de capitais, a integração das matrizes energéticas, obras de infraestrutura e maior harmonização entre as legislações de nossos países e o combate à burocracia.
- A percepção que tenho na atualidade é justamente esta: o Mercosul foi se estruturando burocraticamente - até mesmo o envolvimento político efetivo do Poder Legislativo de cada um dos estados membros foi tardio, e esqueceu-se por completo da sua razão de seu, o cidadão. Acredito que estaremos todos de acordo em rechaçar um processo de integração que redunde em mero enclave político-burocrático, para saciar apetites nem sempre lícitos - alertou.
24/03/2011
Agência Senado
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