Marisa Serrano diz que presidente Lula se apequena ao desempenhar papel de 'animador de palanques'



"O presidente Lula não precisa se apequenar ao papel de animador de palanques", opinou a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) ao registrar sua indignação com o fato de o presidente da República agir como militante, ao invés de chefe do Executivo. Ela afirmou que de nada adiantou os mais de R$ 40 mil em multas aplicadas pela Justiça Eleitoral nas seis vezes em que considerou o presidente culpado por antecipação de campanha eleitoral.

- Lula esquece que é presidente da nação, de todos os brasileiros, independentemente de raça, credo, sexo e ideologia. Ele precisa separar a imagem dele da imagem do militante. Quando o presidente da República diz que vai trabalhar em prol de uma candidatura no horário fora do expediente, ele está cometendo uma violência contra a democracia - advertiu Marisa Serrano.

Segundo a senadora pelo Mato Grosso do Sul, até a subprocuradora da República, Sandra Cureau, responsável pela punição por propaganda antecipada, reclamou da "verborragia presidencial". Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, a representante do Ministério Público teria dito: "não sou eu quem multa, Lula é que não consegue ficar de boca calada". Marisa Serrana comentou que o presidente age assim por ter certeza de que sua atitude ficará impune.

Violência contra a mulher

Marisa Serrano também divulgou a publicação, pelo O Estado de S. Paulo, da segunda parte do estudo Mapa da Violência no Brasil 2010, do Instituto Sangari. O documento apurou que, nos últimos dez anos, a cada dia dez mulheres foram assassinadas no Brasil. No total, 41.532 mulheres foram mortas no período, grande parte das vezes por motivos passionais.

Para parlamentar do PSDB, o país tem sim que comemorar a aprovação, em 2006, da Lei Maria da Penha, que incentiva a denúncia de crimes de violência doméstica, garantindo medidas de proteção para a mulher e punições mais duras e rápidas contra os agressores. Porém, completou muito ainda precisa ser feito: sobretudo ampliar as políticas que coíbam a violência contra a mulher e os investimentos nas delegacias especializadas de atendimento à mulher.

- Apesar de estarmos em pleno século 21 e de acompanharmos as conquistas femininas a cada dia, muitos maridos e namorados, ou ex, ainda não entenderam que a mulher não é propriedade deles e que a vida delas não lhes pertence - afirmou Marisa Serrano.

Em aparte, o senador Arthur Virgílio (PDSB-AM) cumprimentou Marisa por ela defender as mulheres. Ele observou que a atitude da parlamentar "não é aquela coisa infantil de dizer que mulher vota em mulher, como é o caso da campanha presidencial". Arthur Virgílio comentou que no caso eleitoral, a candidata mulher é comandada o tempo inteiro por um homem, referindo-se a Dilma Rousseff e ao presidente Lula.

Já a senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN) concordou que a Lei Maria da Penha é uma legislação fundamental para diminuir a violência praticada contra a mulher. Porém, a parlamentar potiguar destacou como fundamental um maior rigor na exigência do cumprimento dessa lei. Enquanto isso não ocorrer, lamentou, continuará havendo muita impunidade.



06/07/2010

Agência Senado


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