Marluce critica desdém dos estados do Sul do Brasil em relação aos estados do Norte



A senadora Marluce Pinto (PMDB-RR) criticou, em entrevista à Agência Senado, a atitude de desdém que, em sua opinião, a imprensa das regiões Sul e Sudeste do Brasil manifesta em relação aos estados da região Norte. Como exemplo de sua tese, ela citou reportagem da revista Época que, conforme relatou, retrata uma situação de "quase guerra" entre a população indígena e os demais habitantes do estado em relação à posse da terra.

-- Foi uma exagero do jornalista comparar a situação em Roraima com o conflito do Oriente Médio. O que está acontecendo é uma simples divergência sobre a instalação de um pelotão de fronteira na região de Uiramutã. Uma comunidade indígena da região é contrária à decisão e obteve uma liminar na Justiça. Mas o problema está sendo solucionado, até porque a liminar já foi cassada - explicou.

Para Marluce, os brasileiros do Sul e do Sudeste não valorizam a Amazônia, ignorando seu imenso potencial de minerais, petróleo, madeiras, peixes e água doce. Ela comparou essa atitude de descaso com a ganância e o interesse dos estrangeiros em relação à região. "É paradoxal, mas os empresários e políticos do exterior já acordaram para tanta riqueza, enquanto os brasileiros continuam deitados em berço esplêndido", destacou.

Segundo a senadora por Roraima, o governo federal compartilha desse desinteresse e colabora com o desperdício do potencial de riquezas. A Amazônia precisa de investimentos para gerar desenvolvimento e renda, sustentou Marluce, para quem essa será a única maneira de combater as desigualdades regionais, com os seus habitantes deixando de ser cidadãos de segunda categoria.

A senadora citou as emendas ao orçamento da União como um exemplo da discriminação que sofre Roraima. "As 15 emendas coletivas a que temos direito não somam o montante de uma única emenda do estado de São Paulo. No entanto, estão sempre falando em reduzir a representação política dos estados pequenos de 8 para 4 deputados. Ora, a pressão que farão quatro parlamentares será ainda menor do que a atual. Essa proposta representa um retrocesso na política brasileira e tornará ainda maior a desigualdade regional dos dias de hoje", concluiu Marluce Pinto.

01/11/2001

Agência Senado


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