Marluce critica Funai por ênfase na demarcação de terras indígenas



Em homenagem ao Dia do Índio - 19 de abril -, a senadora Marluce Pinto (PMDB-RR) reivindicou em Plenário, nesta quinta-feira (18), uma política nacional para a população indígena do país e fez críticas à atuação da Fundação Nacional do Índio (Funai), por sua ênfase na política de demarcação de terras.

- A questão indígena no país continua seriíssima e não pode continuar sendo empurrada com a barriga, eternamente subordinada a discussões estéreis e emocionais. A Funai não pode ficar com uma política voltada quase que exclusivamente para a demarcação de terras indígenas. O que vemos são reuniões e mais reuniões em gabinetes refrigerados de Brasília, enquanto os índios permanecem relegados ao abandono e carentes de quase tudo - afirmou.

Segundo a parlamentar, há hoje 564 reservas indígenas no país, que representam quase 98 milhões de hectares - 11,34% do território nacional e mais de 60% do estado de Roraima. Marluce lembrou haver ainda mais 34 reservas em processo de demarcação e outras 62 em estudo.

Para a senadora, a questão indígena exige propostas que estabeleçam diretrizes e ações concretas, práticas, que permitam ao índio o exercício pleno de sua cidadania, sem violar sua vida, seus conceitos, seus valores e sua cultura. Os silvícolas devem ter acesso aos frutos do progresso econômico e social e, principalmente, à convivência, em alguns casos, com as comunidades não indígenas, acrescentou.

Na visão de Marluce, os índios clamam por melhores condições de vida e merecem amplo apoio nas áreas de saúde, educação e saneamento básico, para que tenham, no mínimo, melhor organização em suas atividades produtivas, mas preservando sua identidade e valores culturais.



18/04/2002

Agência Senado


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