Marta Suplicy alerta para necessidade de investimento na indústria nacional
Em pronunciamento nesta quarta-feira (13), a senadora Marta Suplicy (PT-SP) comemorou os bons resultados da economia brasileira, que superou com destaque a crise mundial, mas alertou para dois riscos que ameaçam a solidez do país: a perda de competitividade e a desindustrialização.
Para a senadora, é compreensível que os produtos básicos sejam o principal item de exportação do país, em decorrência da abundância de recursos naturais do território brasileiro. Entretanto é preciso investir também no parque industrial nacional, grande e diversificado, mas por muitas vezes esquecidos.
- Orgulhamo-nos dos automóveis, das máquinas, das roupas, dos calçados made in Brazil como símbolos do progresso nacional. Hoje, já podemos constatar que, infelizmente, algo está mudando. Dados da Abimaq, entidade representativa da indústria de transformação, mostram que a nossa indústria não só perdeu participação em nossas exportações como também sofre com a concorrência, muitas vezes desleal, do produto importado - afirmou a senadora, destacando que o assunto foi tratado em audiência pública promovida pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado na semana passada.
Marta Suplicy explicou que, no passado, 40% dos produtos industriais consumidos no país vinham de fora. Hoje esse percentual é de 60%. A falta de competitividade da indústria nacional, segundo a senadora, é decorrente do alto custo de produção no Brasil - que chega a ser 36,3 % maior do que na Alemanha, por exemplo. Para isso contribuem as despesas com intermediação financeira, transporte, insumos básicos, juros sobre capital de giro, sistema tributário e trabalhista, custo com logística, energia e a burocracia.
A senadora assegurou, porém, que o governo brasileiro está tomando medidas para melhorar a situação. Junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), tem trabalhado por ações contra práticas antidumping. No mercado interno, tem se dedicado a reduzir o "custo Brasil", com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), financiamentos do BNDES, investimento industrial e normas legais como a nova Lei de Falências, a Lei de Inovações e o Simples Nacional. O governo também pretende, antecipou Marta Suplicy, lançar a Política do Desenvolvimento da Competitividade e ampliar ainda mais a desoneração do investimento produtivo.
- Nesta Casa nós devemos propor e ajudar, porque todos compartilhamos dessa vocação que o Brasil tem. Nós somos produtores de muita coisa: em reservas naturais, recursos minerais e petróleo. Mas nós não podemos esquecer da indústria. Nós estamos no limite, mas podemos dar o salto com os investimentos e com as soluções propostas - assegurou a senadora.
13/07/2011
Agência Senado
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