Marta Suplicy comenta pesquisa DataSenado sobre violência contra a mulher




Pesquisa sobre violência doméstica realizada pelo DataSenado, o instituto de pesquisa de opinião da Casa, apurou que 81% das entrevistadas denunciariam caso presenciassem ato de violência sendo praticado contra uma mulher. Ao destacar que o levantamento colheu respostas apenas de mulheres, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) disse que o resultado demonstra que está ocorrendo uma mudança profunda no comportamento da mulher no Brasil.

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- Essa informação me deixa bastante entusiasmada, já que revela que a maioria das mulheres não está mais disposta a entender a violência doméstica como um assunto particular da vida dos casais. As mulheres, finalmente, percebem que a questão não será resolvida dentro de suas casas. É preciso denunciar, levar essa grave ferida para além da porta de casa. É um problema que o Estado precisa participar - afirmou.

Marta Suplicy informou que, segundo a pesquisa, 63% das mulheres entrevistadas revelaram que procurariam uma delegacia de polícia para denunciar a agressão e 24% registrariam a denúncia na delegacia especializada da mulher. Marta comemorou que quase 90% não recorreriam inicialmente à ajuda de amigos e familiares, buscariam ajuda policial. Ela classificou esse dado como um grande progresso.

A senadora disse que as mulheres cada vez mais têm consciência de que é necessária a intervenção do Estado para resolver o problema da violência doméstica. Dessa forma, ela defendeu a implementação de políticas públicas eficientes para permitir que as mulheres denunciem, ao serem agredidas, sem por em risco sua integridade física.

Na avaliação da parlamentar, a Lei Maria da Penha contribuiu decisivamente para que as mulheres mudassem o comportamento no sentido de passar a denunciar a agressão. A própria pesquisa do DataSenado, acrescentou a senadora, revelou que o nível de conhecimento das mulheres sobre a lei cresceu 15% nos dois últimos anos, alcançando a marca de 98%.

Política de gueto

Em aparte, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) constatou que a realidade atual ainda é triste e constrangedora para as mulheres, apesar de ter melhorado. Ela citou como um dos avanços o próprio fato de estarem sendo feitas pesquisas sobre o mundo feminino, das suas aspirações e dos problemas que enfrenta, como a violência e o desrespeito. A senadora elogiou Marta Suplicy por ter sido uma das precursoras na defesa da mulher.

- Devemos muito a Vossa Excelência e a outras mulheres que também ousaram, em um momento que era muito difícil. Falar sobre a questão da mulher era quase como falar de uma política de gueto - declarou Gleisi Hoffmann.



03/03/2011

Agência Senado


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