Marta Suplicy lembra 30 anos da epidemia de Aids e pede mais campanhas para combater a doença




A senadora Marta Suplicy (PT-SP) registrou em Plenário, nesta quarta-feira (25), os 30 anos da epidemia mundial de Aids, surgida em 1981. Ela apresentou dados estatísticos sobre a disseminação da doença - que hoje atinge cerca de 506 mil brasileiros, dentre os 630 mil infectados pelo vírus HIV - e pediu empenho e conscientização para impedir o crescimento do número de vítimas no país. Para isso, a seu ver, são necessárias campanhas "como as dos anos 80".

- Esta geração que hoje tem 30 anos ou menos pode até ter ouvido falar [da Aids], mas não tem o susto das gerações anteriores do que significa esta doença - declarou a senadora, ressaltando também a necessidade de combate ao estigma e à discriminação que ainda cerca os HIV positivos.

Marta Suplicy destacou o progresso científico na luta contra a Aids, lembrando que atualmente é possível eliminar a contaminação entre mãe e filho. Além disso, afirmou, o tratamento de pessoas infectadas é capaz de reduzir em até 96% o risco de transmissão sexual.

- E devemos ter também outros métodos de prevenção, baseados na mudança de comportamento e no uso de preservativo [nas relações sexuais] - sublinhou.

Marta Suplicy manifestou preocupação com a quantidade de mulheres infectadas. Segundo ela, isso demonstra a maior vulnerabilidade das mulheres, que, diante da desigualdade que enfrentam, sentem dificuldade no momento de "negociar" o uso de preservativos durante as relações sexuais.

- O que me preocupa muito é a feminização da epidemia que nós vivemos no Brasil, porque se 1986 eram quinze casos do sexo masculino para um do sexo feminino, hoje, desde 2000, nós temos quinze casos entre homens para dez casos entre mulheres. Um crescimento enorme entre as mulheres - alertou, atribuindo parte da infecção das mulheres à violência doméstica e sexual.

Estatísticas

De acordo com dados apresentados pela senadora, a epidemia de Aids no Brasil está estável. Marta Suplicy disse que a Região Sudeste tem o maior percentual de notificações de infecção por HIV, com 305 mil casos (60,4%) entre os 630 mil existentes. O Sul concentra 95 mil casos (18,9%, acima de seu percentual populacional), o Nordeste 58 mil (11,5%), o Centro-Oeste 28 mil (5,7%) e o Norte 18 mil casos (3,6%). A senadora afirmou que, no caso masculino, 29,7% das infecções são decorrentes de relações sexuais. Quanto à orientação sexual, Marta Suplicy observou que 20,7% dos casos masculinos ocorrem em relações homossexuais, enquanto 29,7% em relações heterossexuais. No caso feminino, 94,4% das infecções ocorrem em relações heterossexuais.

- Quero aqui reiterar um pedido ao Ministério da Saúde para que possamos fazer um movimento muito maior para conseguirmos realmente diminuir o número de pessoas infectadas em nosso País - concluiu Marta Suplicy.



25/05/2011

Agência Senado


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