Mato Grosso do Sul reforça serviços para enfrentar violência de gênero



A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Eleonora Menicucci, disse ter certeza que nenhuma política pública é 100% eficaz no enfrentamento à violência contra as mulheres, se não houver investimento na mudança de cultura. "A violência contra a mulher não é factual, é secular e patriarcal. Precisamos mudar esse valor”.

Na manhã da última segunda-feira (09), em Campo Grande, Menicucci assinou termo de adesão do Mato Grosso do Sul ao programa ‘Mulher, Viver sem Violência’ e de doação de duas unidades móveis para atender trabalhadoras rurais com a vice-governadora Simone Tebet (PMDB-MS), autoridades do sistema de justiça e prefeituras de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã.

A ministra enfatizou a tolerância zero do governo federal com a violência sexista e mencionou o aumento da consciência de setores da sociedade. “As mulheres têm direito a ter casamento sem violência, a ter namoro sem violência. A sociedade está atenta. A violência está mais explícita, saiu debaixo do tapete e tomou as ruas. E só tomou as ruas porque as mulheres botaram a boca no trombone”, considerou.

A titular da SPM chamou a atenção para o envolvimento dos governos com as políticas para as mulheres e o caráter republicano do ‘Mulher, Viver sem Violência’. “O combate à violência não tem cor partidária. É sob esse prisma que estamos caminhando com o programa”. E lembrou: “Atrás dos números estão as vidas das mulheres. Como gestora, tenho a responsabilidade de implementar programas que transformem em realidade o sonho das mulheres”.

Gestão integrada

A vice-governadora do Mato Grosso do Sul, Simone Tebet, registrou a consistente parceria com o governo federal. “A presidenta Dilma tem sido uma mãe para o Mato Grosso do Sul. Dos programas sociais, talvez esse seja um dos maiores, ministra”, disse em alusão às transformações sociais a serem deflagradas pelo ‘Mulher, Viver sem Violência’ devido à força opressiva da violência de gênero.

Tebet apontou as diversas formas de violência, incorporando “os espancamentos dentro e fora de casa, assédio sexual e calúnias que são ditas para mulheres que buscam romper com alguns parâmetros”. A vice-governadora alertou para o silenciamento da violência. Agradeceu a ministra Eleonora pela construção da Casa da Mulher Brasileira, na capital, centros de fronteira e unidades móveis. “Atenderão mulheres silenciadas, mas não menos violentadas do que nós. A Casa da Mulher Brasileira estará aberta a todos nós, em todo o estado. Será porta de entrada e de saída, em que as mulheres sairão de cabeça erguida”, frisou Simone Tebet.

Engajamento social

A secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Agricultura (Contag), Alessandra Lunas, conclamou mulheres e homens para se indignarem com a violência machista. “Esse momento é muito importante. É uma conquista da Marcha das Margaridas, é a primeira política pública de enfrentamento à violência que vai chegar às mulheres do campo”.

Lunas destacou a abrangência da contribuição das unidades móveis para as rurais. “A agenda da violência vem discutir outras questões da violência que acontece em quatro paredes. As unidades móveis vêm para fazer ação preventiva e trazer outros temas, como autonomia das mulheres e paridade nas políticas públicas”, completou Lunas.

O presidente do Tribunal de Justiça, Joenildo Sousa Chaves, considerou que o poder Judiciário “está procurando atender as diversas reivindicações”. Avisou o reforço dos atendimentos em Corumbá e Ponta Porã para aplicação da lei aos casos de tráfico de pessoas e de drogas.

Políticas para as mulheres 

O deputado federal Geraldo Resende (PMDB-MS) recuperou seu voto a favor da Lei Maria da Penha, quando da discussão da proposta no Legislativo, e abordou a amplitude da violência contra as mulheres. “A violência não se expressa somente na agressão física dentro do lar, mas quando ela não tem acesso ao pré-natal ou aguarda na fila, por dois anos, para tratar mioma”, refletiu o parlamentar.

Porta-voz dos prefeitos, o chefe do Executivo municipal de Corumbá, Paulo Duarte, manifestou o apoio das prefeituras ao ‘Mulher, Viver sem Violência’. “Estamos aqui, os três prefeitos, apoiando o governo federal. Em Ponta Porã, temos a Gerência de Políticas para as Mulheres. Temos de ter olhar de sensibilidade, não só olhar, mas ações”, argumentou o prefeito Duarte. Em seu discurso, o dirigente de Corumbá citou a composição de 65% de mulheres no primeiro escalão da prefeitura.

Estiveram presentes na solenidade, a secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves; a secretária de Políticas para as Mulheres do MS, Tai Loschi, parlamentares do Congresso Nacional, Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul e da Câmara Municipal de Campo Grande, entre outras autoridades.

Fonte:

Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República



10/12/2013 12:57


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