MAURO MIRANDA COBRA RESPEITO À DECLARAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
O senador Mauro Miranda (PMDB-GO) afirmou que, embora muitos considerem excessiva a reverência à Declaração Universal dos Direitos do Homem, a lembrança das disposições será sempre indispensável, "enquanto houver, em alguma parte do planeta, quem a possa desprezar, ignorando sua superior importância dentre as maiores e mais válidas conquistas humanas". Reclamando maior respeito aos compromissos da Declaração, o senador disse que, por si, ela não tem conseguido impedir a violação desses direitos, uma vez que transgressões ocorrem repetidamente, no Brasil e no mundo. Mauro observou que, embora a disseminação das idéias a respeito dos direitos do homem seja uma conquista absorvida pela sociedade, ainda há uma multiplicidade de conflitos que requerem maior dedicação para sua resolução. Lembrou a exacerbação da violência e o crescimento da pobreza, "ambos relacionados à má distribuição de riquezas". Mauro Miranda disse que a globalização da economia "tem sido incapaz de atender às prescrições da declaração, uma vez que até mesmo a ONU não tem se voltado de maneira equilibrada para as áreas econômica e social". E cita exemplos de discriminação e miséria encontrados na África Central, assim como nos guetos metropolitanos de cidades do chamado Primeiro Mundo, como a face real do desequilíbrio em relação ao respeito e à dignidade do ser humano.- Em nosso país, Estado democrático de direito, que tem a dignidade humana como um dos seus fundamentos, parlamentares e representantes da Pastoral Carcerária da Arquidiocese de São Paulo, não faz muito, identificaram, entre muitos exemplos de desrespeito aos direitos humanos, mais de 400 casos de tortura, confirmados pelos exames de corpo delito, que apontaram lesões em cerca de 85% dos presos daquele estado - acrescentou Mauro Miranda.
11/12/1998
Agência Senado
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