Mauro Miranda quer mutirão para socorrer agricultores
O agropecuarista brasileiro, segundo Mauro Miranda, nunca faltou ao seu compromisso para com o desenvolvimento econômico e social do país. Foi assim com o Plano Real, quando a inflação se manteve baixa por conta dos baixos preços da cesta básica de alimentos, e tem sido assim agora, quando o setor dá enorme contribuição à redução dos desequilíbrios das contas externas - argumentou.
A próxima safra agrícola brasileira, que ultrapassará a casa dos 100 milhões de toneladas de grãos, deverá contribuir com US$ 15,2 bilhões nas exportações do país, ou seja, US$ 2,5 bilhões a mais do que o previsto para este ano. Do lado das importações, o setor agrícola está permitindo que o país possa reduzir o valor importado em mais US$ 5,9 bilhões, o que significa que o superávit da balança comercial agrícola deverá chegar este ano a US$ 18,5 bilhões.
Entretanto, frisou o senador, como se não bastassem as barreiras comerciais e sanitárias que os países ricos manipulam contra as exportações de produtos primários do Brasil, os agricultores têm de enfrentar a ameaça interna da inadimplência. A reivindicação básica, segundo Mauro Miranda, é a de que o governo aceite renegociar as dívidas securitizadas do setor com juros anuais de 3% e a retirada da equivalência em produto.
O senador disse que a simples transferência das dívidas dos agricultores para a União, como consta da MP nº 2.196, vai dificultar ainda mais a vida do agricultor, já que os débitos serão cobrados com taxa Selic (hoje de 19% ao ano) mais um adicional de 1% - coisa que o agricultor, submetido que foi a intensos prejuízos dos últimos planos econômicos, não tem como pagar, segundo Mauro Miranda.
Em aparte, o senador Gerson Camata (PMDB-ES) considerou absurda a situação vivida pelos produtores rurais, principalmente os que estão produzindo leite, que entregam o produto a R$ 0,18 por litro quando um copo de água mineral é vendido a R$ 0,50. Também em aparte, o senador Moreira Mendes (PFL-RO) reclamou "da miséria que se paga aos produtores rurais", recomendando que a discussão da situação dos produtores se intensifique a partir do Senado.
Já o senador Lúdio Coelho (PSDB-MS) lembrou a importância da agricultura para a geração de renda e de emprego no país, cobrando do governo maior atenção para com o setor. Na mesma linha, o senador Maguito Vilela (PMDB-GO) quis saber por que o governo não cria o Proagricultura ou o Proleite, para salvar os produtores
25/10/2001
Agência Senado
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