Medicamentos fitoterápicos produzidos em Itaipu podem ganhar status de droga vegetal
Plantas medicinais produzidas no Ervanário de Itaipu, no Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), podem se transformar em drogas vegetais reconhecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Caso a Anvisa reconheça os medicamentos, os fitoterápicos deixarão de ser considerados tratamentos complementares.
“Hoje, esse produto é indicado pelo médico apenas para complementação de tratamento. Com o registro (na Anvisa), as plantas poderão ser receitadas como droga principal do tratamento, aumentando inclusive o valor do produto”, explicou o farmacêutico Reinaldo Shimabuku Junior, responsável técnico pelo ervanário de Itaipu.
O primeiro passo para a certificação foi reformular completamente as embalagens dos medicamentos, antes compostas de saquinho plástico transparente e lapela simples de papel. A nova embalagem incorporou pintura ao plástico, para ajudar a proteger o produto da luz. Também foram acrescentadas informações completas sobre a planta, como a parte utilizada (folhas, por exemplo), o lote de produção, o número da resolução da Anvisa, o nome do farmacêutico responsável, o selo da certificadora Ecovida, condições de armazenamento, a forma de preparo e de consumo etc. Antes, constava apenas o nome popular e o nome científico da planta.
Uma das grandes preocupações da RBV é deixar os medicamentos livres de agrotóxicos. Atualmente, todo o material que sai do refúgio biológico já é certificado como produto orgânico por duas instituições nacionalmente conhecidas, o Ecovida e o Instituto Biodinâmica (IBD).
Na propriedade do RBV são produzidas 140 espécimes. Desse total, 22 passam por desidratação, são embaladas e chegam às unidades de saúde em forma de chá, para auxiliar no tratamento dos problemas de saúde mais comuns, como gripe, hipertensão, diabetes, alergia, gastrite, alta taxa de colesterol, entre outros. Cerca de sete postos de saúde e dois hospitais recebem os produtos de Itaipu.
Até o final do ano, toda a estrutura física do ervanário e o processo de produção passarão por adaptações. A reforma do espaço físico vai isolar os diferentes setores da produção, como a seleção, limpeza, secagem, envase e quarentena. Depois que tudo estiver pronto, a própria Anvisa irá vistoriar tanto as instalações como os produtos, para saber se tudo está de acordo com as normas vigentes. “Esperamos que no início do próximo ano (2011) a certificação esteja concluída”, estima Shimabuku. A reforma do prédio deve começar em junho.
Processos
A resolução que autoriza a produção de drogas vegetais é de março de 2010, mas as discussões sobre a política nacional de plantas medicinais e fitoterápicos começaram em 2003. Em 2006, a Anvisa liberou o uso das plantas medicinais no serviços de saúde como tratamento complementar.
Fonte:
Itaipu Binacional
Saiba mais sobre a Anvisa no Portal Brasil.
13/07/2010 04:54
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