Medicina paliativa vai beneficiar 650 mil doentes crônicos no País
Os cuidados paliativos foram regulamentados como área de atuação médica no Brasil nessa segunda-feira (1º), conforme resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM). Esses cuidados podem ajudar cerca de 650 mil brasileiros que sofrem de doenças crônicas, segundo informou a diretora de Cuidados Paliativos do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, Maria Goretti Maciel.
Criada há oito anos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a medicina paliativa visa a aliviar dor e sintomas e a melhorar a qualidade de vida de pacientes com doenças crônicas ou em fase terminal (como pessoas com câncer, transtornos mentais ou doenças cardíacas, renais e pulmonares). A filosofia é que o paciente receba cuidados de diversos profissionais, como psicólogos, para reduzir os sintomas e os transtornos provocados pelas enfermidades, sem abrir mão do uso de remédios.
A medicina paliativa ainda é pouco desenvolvida no Brasil. De acordo com a médica Maria Goretti, que já presidiu a Academia Nacional de Cuidados Paliativos, existem cerca de 400 leitos específicos em hospitais e pouco mais de 60 equipes médicas atuantes na especialidade. Para a diretora, que trabalha há 11 anos na área, o país precisa de aproximadamente 10 mil leitos e mil profissionais.
Com a regulamentação, a médica espera o surgimento de mais estudos e publicações científicas sobre os benefícios da terapia para estimular a adesão. “Não é caridade, bondade. Ter assistência de qualidade é direito do ser humano”, disse ela.
De acordo com resolução do CFM, a medicina paliativa pode ser exercida por especialistas em clínica médica, câncer, geriatria, gerontologia, pediatria, anestesiologia e medicina de família e comunidade. Os profissionais terão de cursar um ano a mais para receber o título de paliativista, que será concedido pela Associação Médica Brasileira (AMB). Além da medicina paliativa, o CFM criou também as medicinas do sono e tropical.
Fonte:
Agência Brasil
02/08/2011 12:11
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