Médicos explicam resultados dos exames de Covas



Equipe estuda alternativas de tratamento do tumor recidivo

A equipe médica que assiste o governador Mário Covas detalhou, nesta quinta-feira, dia 19, o resultado dos exames de rotina a que ele foi submetido nos últimos dias 11 e 12. A reavaliação revelou a presença de tumor recidivo da bexiga, órgão extirpado e reconstituído cirurgicamente em 1998 quando foi detectada a doença. Com tamanho máximo de 2 cm de diâmetro, o novo tumor está na região pélvica, mais especificamente entre a neo-bexiga e o reto. De acordo com os médicos, em todos os exames realizados não foi identificada a existência de metástases. O pólipo intestinal retirado na última quinta-feira também não apresenta sinais de malignidade. Segundo o urologista Sami Arap, os tipos de tratamento mais adequados estão sendo discutidos pela equipe juntamente com médicos oncologistas dos Estados Unidos, através de teleconferência, utilizando tecnologia Internet2. 'Depois de um consenso entre os especialistas as alternativas de cura serão apresentadas ao governador e ele escolherá a opção que melhor lhe convier.' O infectologista David Uip, médico particular do governador, disse que o ânimo de Covas para enfrentar essa nova dificuldade é enorme. 'Ao tomar conhecimento, ele reagiu dizendo – “Vou à luta', contou Uip. Leiam a seguir alguns trechos das explicações da equipe que, além de Uip e Arap, inclui ainda os especialistas Ricardo Brentani, oncologista, Whady Hueb, cardiologista e Raul Cutait, cirurgião do aparelho digestivo. Sami Arap - 'Esse tumor é uma recidiva local e, até onde foi possível detectar, é uma recidiva de pequenas dimensões. Dentro da infelicidade da doença ter recorrido, temos a felicidade de ter uma pequena recidiva sem lesões à distância que são as metástases'. David Uip - 'A disposição do governador (para o tratamento) é a mesma da família dele e dessa equipe. Ou seja, nós vamos à luta e vamos ganhar de novo'. Whady Hueb - 'A situação cardiológica do governador é normal dentro do quadro de um paciente com três pontes de safena. Suas condições circulatórias hoje estão adequadas'. Ricardo Brentani - 'A viagem que fiz aos Estados Unidos não teve nada a ver com os exames do governador. Estive lá conversando com o dr. Andrew Simpson sobre a possibilidade de interação entre o Brasil e os Estados Unidos no projeto Genoma'. David Uip - 'É sempre bom lembrar que atrás de um estetoscópio, de um bisturi e da notícia, existe o paciente. E são dois os tipos de pacientes: o vencedor e o perdedor.

10/19/2000


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