Medidas econômicas vão incluir desoneração tributária, diz Mantega



O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que parte das medidas que o governo federal irá adotar para estimular o crescimento da economia virá da desoneração tributária. Na exposição que fez no Plenário do Senado, nesta quarta-feira (20), o ministro informou que o próprio presidente da República vai anunciar essas medidas nesta quinta ou nesta sexta-feira. Ele, entretanto, não quis antecipar ao Senado todas as medidas que o governo federal adotará, com o argumento de que elas ainda estão sendo preparadas.

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Guido Mantega veio ao Plenário do Senado como convidado, a requerimento do senador Jefferson Péres (PDT-AM), para expor as linhas gerais da política econômica do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro reiterou as declarações de Lula de que o crescimento econômico será prioridade nos próximos quatro anos, embora tenha reconhecido que, atualmente, o país "não esteja crescendo como gostaríamos". Ele afirmou, nesse contexto, que as taxas de juros continuarão a cair.

A manutenção de um baixo índice de inflação e a redução dos gastos correntes também serão objetivos da política econômica do segundo mandato, de acordo com Mantega. Ele ressaltou que a política monetária manterá o sistema de metas de inflação e argumentou ainda que o controle inflacionário é importante para a população de baixa renda, pois dessa forma seus salários não são deteriorados pela alta generalizada de preços. Segundo o ministro, a inflação deste ano deverá ser de aproximadamente 3,1%.

Quanto aos gastos correntes, o ministro declarou que sua redução é necessária para permitir que haja mais recursos para os investimentos governamentais em infra-estrutura. Além disso, a diminuição desses gastos, frisou ele, compensará a perda de receita da União com a desoneração dos investimentos.

Mantega destacou ainda a importância de medidas de caráter institucional que podem estimular a atividade econômica, como a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas ("Supersimples"), sancionada pelo presidente da República na última quinta-feira (14), e o projeto de lei que trata da abertura do mercado de resseguros, o qual tramita no Congresso.

O ministro também declarou que o crédito imobiliário está em expansão no país, podendo alcançar um montante de cerca de R$ 21 bilhões neste ano, entre recursos liberados por bancos públicos ou privados. Segundo ele, a indústria de construção civil vem crescendo a taxas acima de 6% ao ano.

Sobre a questão cambial, Mantega afirmou que a valorização do real frente a outras moedas deverá ser atenuada com a continuidade da queda das taxas de juros - o que reduziria a diferença entre as taxas domésticas e as de outros países - e o crescimento mais acelerado do país, que, ao impulsionar as importações, diminuiria o saldo comercial brasileiro e pressionaria a cotação do real para baixo.



20/12/2006

Agência Senado


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