Mercadante defende apoio do governo brasileiro a Zelaya



O líder do Bloco de Apoio ao Governo, Aloizio Mercadante (PT-SP), defendeu em Plenário, nesta quarta-feira (30), a decisão tomada pelo governo brasileiro de abrigar o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, na embaixada brasileira na capital do país, Tegucigalpa.

Mercadante destacou o fato de o Itamaraty, ao conceder o asilo a Zelaya, não ter feito qualquer avaliação de mérito do governo do presidente deposto, mas apenas ter buscado defender os valores universais da democracia, o principio do respeito à liberdade de expressão, a legitimidade do voto e a separação dos poderes.

- O Brasil acolheu o presidente da República que foi eleito pelo povo hondurenho e que foi deposto. Qual país, qual embaixada não acolheria? Acolheu e tinha que acolher, ainda mais um país como o nosso em que muitas lideranças tiveram que se abrigar em embaixadas. Muitas lideranças, tanto no Brasil quanto especialmente no golpe do Chile, ficaram mais de ano trancadas em uma embaixada sem ter o direito de voltar para casa, de ter o salvo-conduto, de recuperar a sua cidadania, para não ser torturados, presos, para não serem, como muitos o foram, mortos pelo golpe militar de Pinochet - disse.

Mercadante ressaltou a condenação unânime da comunidade internacional ao golpe militar em Honduras. Ele mencionou o pronunciamento, na terça-feira (29), do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, condenando o golpe e também defendendo o governo brasileiro pela decisão de conceder abrigo ao presidente deposto.

Fazendo uso do seu direito de resposta, previsto no artigo 14 do Regimento Interno do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI) ocupou a tribuna após o discurso de Mercadante e considerou como interferência indevida do governo brasileiro nos assuntos internos de Honduras a decisão de abrigar Zelaya na embaixada em Tegucigalpa. Ele tachou também de inaceitável a utilização por Zelaya da embaixada brasileira como plataforma para contestar os golpistas.

Mercadante, em replica a Heráclito, manifestou-se contrário ao uso da embaixada brasileira como comitê político por Zelaya.



30/09/2009

Agência Senado


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