Mercadante propõe agenda suprapartidária para o Fome Zero
O líder do governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), convidou os senadores presentes na audiência pública com o ministro extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome, José Graziano da Silva, a organizar uma agenda suprapartidária para cuidar do Programa Fome Zero, reunindo as -boas iniciativas- já verificadas no país.
Mercadante exortou os parlamentares a superarem disputas antigas e visões maniqueístas, com o intuito de realizar uma discussão qualificada sobre o problema da fome no Brasil. Disse que não contribui para esse debate a comparação de gastos com viagens do atual governo com os realizados pela administração de Fernando Henrique Cardoso. Esses dados foram requeridos pelo líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM).
As experiências positivas, como o Bolsa-Alimentação, estão sendo aproveitadas pelo governo. -O que é bem feito está sendo fortalecido-, afirmou Mercadante. Mas criticou outros programas sociais do governo passado, como o Bolsa-Renda, cujo cadastro apresenta várias distorções, inclusive na identificação do público alvo, disse, dando o exemplo de Guaribas, município piauiense onde está sendo desenvolvido o projeto-piloto do Fome Zero: 53% do cadastro relativo ao município não é apropriado. O prefeito, segundo Mercadante, não pode ser o agente da escolha do público alvo de programas sociais federais e os cadastros não podem ser elaborados em ano eleitoral.
O senador fez uma referência à ligação do ministro José Graziano da Silva com a causa social. O seu pai, José Gomes, é um nome ligado historicamente à reforma agrária no Brasil, tendo trabalhado no governo José Sarney. Mercadante citou ainda em defesa do Fome Zero e do titular da pasta vários exemplos de doações de empresas e de entidades.
O líder do governo disse ainda que entre as prefeituras selecionadas pelo programa não há nenhuma do PT. José Graziano reforçou essa colocação, apontando os municípios beneficiados e os partidos correspondentes. Do total de prefeituras identificadas nessa primeira etapa do Programa Fome Zero, 25% são do PFL, 24% do PMDB e 17% do PSDB, informou o ministro.
26/03/2003
Agência Senado
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