Mercadante tem pressa em ver o PMDB integrando a base de apoio do governo



O líder do governo no Senado e no Congresso, Aloizio Mercadante (PT-SP), afirmou na tarde desta quarta-feira (5) que envidará esforços para que o PMDB se decida logo a integrar a base de apoio oficial do governo Lula. -Estamos dispostos até a ceder o posto de liderança do governo no Congresso ao partido para garantir esta aliança-, declarou.

Segundo Mercadante, um partido forte como o PMDB, com 20 senadores e 70 deputados federais, será fundamental para garantir a rápida aprovação no Congresso dos projetos de interesse do governo, em especial as reformas previdenciária e tributária. Segundo disse, o projeto final da reforma mais urgente, a da Previdência, deverá chegar ao Parlamento em maio.

De acordo com Mercadante, em seu discurso do próximo dia 17, na abertura dos trabalhos do Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva definirá a hierarquia das propostas do PT, especificando prioridades e prazos. -Será o sinal verde para começarmos a trabalhar-, disse.

Ele considerou oportuna a proposta do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Nilson Neves, de fatiar a reforma do Judiciário, votando primeiro os pontos consensuais. Trata-se, na sua opinião, de um caminho promissor de entendimento, por isolar os pontos polêmicos para votação posterior, colaborando, assim, para dar mais agilidade à tramitação da proposta.

Heloísa Helena

Mercadante disse que ainda nesta quarta-feira, às 21h, terá uma conversa com o líder do PT no Senado, Tião Viana (AC), e a senadora Heloísa Helena (PT-AL) para conhecer as razões pelas quais ela decidiu faltar à votação da eleição da Mesa do Senado, no sábado passado.

Segundo ele, em seus 22 anos de existência, o PT sempre se caracterizou pela unidade de ação política e parlamentar e a atitude da senadora de contrariar uma decisão partidária não pode ser tolerada.

O líder do governo lembrou que, na composição da Mesa do Senado, havia até mesmo a presença de uma figura histórica do PT, o senador Paulo Paim (RS), no posto de 1º vice-presidente, e um segundo petista como suplente.

- Houve amplo debate na bancada sobre essa decisão, quando todos puderam explicitar suas posições. Mas, depois da decisão tomada, cabe aos petistas votar de acordo. Isso é disciplina partidária, da qual não podemos abrir mão, especialmente agora que somos governo - disse Mercadante.

Para ele, uma bancada coesa e forte, com partidos aliados igualmente bem sintonizados, é condição indispensável para o êxito do governo Lula. Ele ressaltou que poderá haver cenários turbulentos, como a guerra entre os Estados Unidos e o Iraque, com conseqüentes dificuldades em relação ao petróleo e ao dólar. -A governabilidade dependerá da unidade de ação dentro do Congresso e no Executivo-, observou.



05/02/2003

Agência Senado


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