Mercosul forte garante inserção internacional do Brasil, afirma Ideli



Para a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), somente com o fortalecimento do Mercosul o Brasil poderá garantir a inserção do país como ator de relevância nas relações econômicas internacionais. Em seu primeiro discurso em Plenário, nesta quinta-feira (20), Ideli alertou para o risco de adesão do Brasil à Área de Livre Comércio das Américas (Alca) sem condições de fazer prevalecer os pontos de vista nacionais.

- O Mercosul é um debate que deve ser priorizado, prestigiado e enfatizado à exaustão, a fim de que o Brasil, agindo de forma justa e equânime, consciente de sua expressão e responsabilidade no concerto das nações latino-americanas, possa colher para o seu povo os melhores resultados de uma inserção autônoma e produtiva - afirmou a senadora, que lançou a sua candidatura para a presidência da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul e pediu o apoio dos colegas.

Ideli destacou que o Congresso Nacional precisa se engajar no debate sobre a criação do Parlamento Comum do Mercosul, especialmente no momento em que o bloco econômico assume lugar de destaque na agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para ilustrar, a senadora lembrou que, simbolicamente, o primeiro país visitado por Lula foi a Argentina, o principal parceiro do Mercosul, que atravessa uma situação econômica -delicada-. Na mesma perspectiva, ela entende ser fundamental que o Chile - outro país visitado por Lula - se integre ao Mercosul, que, na sua opinião deve ser ampliado.

Ela frisou que a palavra-chave da política exterior do atual governo é soberania. Essa prioridade, continuou, tem paralelo na própria história do presidente, pois embute a idéia de -se impor pela demonstração inequívoca de suas capacidades-. Assim, Ideli entende que o Brasil precisa evitar que sua população se torne mera consumidora de produtos, bens e serviços feitos nos Estados Unidos.

- O que defendo não é voltarmos as costas à Alca, negá-la infantilmente, mas o fortalecimento do Mercosul, de maneira a credenciá-lo, a habilitá-lo plenamente como ator de peso nas negociações de conformação e operação do bloco. Um acordo dessas dimensões só pode prosperar dentro das linhas de equilíbrio, com correlação equânime de forças - analisou a senadora, que considera intoleráveis as tarifas não-alfandegárias, na forma de subsídios, mantidas pelos EUA especialmente no setor agrícola.

A senadora aproveitou seu discurso para parabenizar os 80 anos do jornal A Notícia, que, no próximo fim-de-semana completa 80 anos. Segundo ela, o jornal, sediado em Joinville (SC), maior cidade do estado, se destaca pelos serviços prestados, -mantendo a sociedade catarinense bem informada, com as informações necessárias para seu bom juízo-.



20/02/2003

Agência Senado


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