Mesa determina que Diretoria Geral investigue outros 468 atos sem publicidade



A diretoria-geral do Senado vai investigar outros 468 atos assinados dez anos atrás sem a publicidade exigida pela Constituição federal. A decisão foi tomada na manhã desta quinta-feira (13), pela Mesa Diretora da Casa, depois que o 1º secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), definiu como "sabotagem e molecagem" a inserção só agora desses atos no sistema de informática da instituição. Para o secretário, não será difícil descobrir responsáveis.

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- Eu considero isso um ato de sabotagem, diria até que de molecagem por parte de servidores que eu considero fundamentalistas, que acham que vão voltar ao poder para praticar o que se praticou durante todo esse tempo. Até porque, são atos que, na sua quase totalidade, não surtem mais nenhum efeito. Fizeram isso exatamente para criar um clima de insegurança. E, na verdade criou, em relação ao trabalho que estamos fazendo - disse Heráclito.

O 1º secretário referia-se a providências tomadas sobre 511 atos secretos que estavam submetidos a exame por comissão por ele criada, desde que eleito para a Mesa diretora. A divulgação de que existem outros 468 atos na mesma situação, para ele, é uma tentativa de desestabilizar o trabalho da comissão.

- Os atos foram inseridos dois dias após a comissão ter concluído o trabalho com relação aos atos secretos anteriores. E o mais curioso é que havíamos pedido a todos os setores, a todas as diretorias, que enviassem informações a respeito do assunto. Nós não vamos conviver com atos secretos. Vamos apurar um a um. A meu pedido, a Mesa determinou à Diretoria-Geral para tomar providencias, criando comissão, que fará o que for necessário para a apuração desses fatos.

Na mesma entrevista, concedida logo depois da reunião da Mesa, Heráclito disse que a maioria dos 468 atos perderam o efeito por consistirem em rotina burocrática. Ele afirmou que o sistema guarda a "digital" de quem divulgou esses números.

- Ao que me parece, existe "digital" com relação aos praticantes do ato criminoso. Estamos trabalhando para saber quem pôs a informação no sistema e acho que vamos descobrir. É um absurdo o que foi feito.

Indagado se a pessoa que pôs esses novos números no sistema de informática pode ser um aliado de Agaciel Maia, ex-diretor-geral da Casa, Heráclito Fortes afirmou que não desejaria suspeitar de ninguém.

- Eu não gosto de fulanizar. Acho que são diretores de gestões passadas que estão trabalhando no sentido de desestabilizar o que vem sendo feito até agora. Não é aceitável que se esteja brincando com assunto dessa natureza, de se colocar esses atos, não sei com que objetivo. Nós vamos analisar todos os pontos. Se houve crime, se houve má-fé, nós vamos tomar providencias e aplicar medidas exemplares.

Teresa Cardoso / Agência Senado



13/08/2009

Agência Senado


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